Adobe desiste de comprar a Figma após impasse regulatório
Adobe ofereceu US$ 20 bilhões pela plataforma de design Figma, mas negócio foi abandonado depois de questionamentos de reguladores sobre monopólio
A Adobe anunciou nesta segunda-feira (18) que está oficialmente desistindo da aquisição da Figma. O negócio, que vinha se desenrolando desde setembro do ano passado, envolvia um valor de US$ 20 bilhões a ser pago pela dona do Photoshop à plataforma de design gráfico, criando uma potência do setor. Justamente por isso, a aquisição levou a questionamentos regulatórios que acabaram matando a compra.
Para órgãos de fiscalização do Reino Unido e da União Europeia, a união criaria um monopólio do mercado de design e dificultaria a inovação do setor. As questões foram abordadas em diferentes audiências entre as empresas e os reguladores ao longo do último ano, com o fim da negociação representando um impasse entre os interesses das companhias e as exigências dos órgãos responsáveis.
O prego no caixão teria sido batido na última semana, quando a Adobe rejeitou uma proposta da Autoridade de Mercados e Competitividade (CMA) do Reino Unido — a mesma que quase derrubou a compra da Activision pela Microsoft. Em uma carta, os legisladores exigiam a realização de uma auditoria antitruste na gigante e uma série de medidas de diversificação e alienação de ativos, códigos-fonte e engenharia para garantir condições parelhas para os outros players do mercado de design.
Como se não bastasse isso, a compra da Figma também vinha sendo analisada por órgãos reguladores da União Europeia, enquanto os rumores apontavam que o governo dos Estados Unidos também estaria se preparando para verificar o negócio. Diante de tudo isso, parecia certo que a Adobe teria de abrir mão de alguns dos negócios da adquirida ou, então, de tecnologias próprias para garantir a continuidade da compra.
Empresas seguirão independentes
O fim das negociações significa que as duas companhias voltarão a ser concorrentes e, inclusive, dominantes no mercado de design. Como parte do fim das tratativas, a Adobe também deverá pagar uma taxa de US$ 1 bilhão pelo encerramento da negociação.
Adobe and Figma announced we have entered into a mutual agreement to terminate our previously announced merger agreement. We thank our communities for the support. As we turn our sights to 2024 and beyond, we're excited to build on the incredible innovation we delivered in 2023.…
— Adobe (@Adobe) December 18, 2023
"Adobe e Figma anunciaram que chegaram a um acordo mútuo de encerrar a proposta de aquisição anunciada anteriormente. Agradecemos nossas comunidades pelo apoio. Enquanto nos focamos em 2024 e além, estamos empolgado em ampliar a inovação incrível que entregamos em 2023..."
Os comunicados oficiais mostraram frustração. O CEO da Adobe, Shantanu Narayen, foi taxativo, afirmando que a companhia discorda das conclusões dos reguladores, mas prefere agir de acordo com o próprio interesse ao encerrar a aquisição. Já o presidente da FIgma, Dyland Field, lamentou o fim das negociações e disse que não havia outro caminho a seguir, mesmo após "milhares de horas" gastas em reuniões com reguladores mundiais.
Na época da aquisição, Adobe e Figma definiram a compra como uma revolução no "futuro do trabalho", com a reunião de ferramentas de colaboração, criatividade e compartilhamento fomentando a inovação. O interesse da dona do Photoshop estaria, principalmente, na plataforma de design e produtividade online, leves e acessíveis diretamente do navegador a partir de planos de assinatura.
Trending no Canaltech:
- Governo vai lançar app para bloquear celular roubado
- Startup brasileira lança satélites com foguete próprio
- A geografia como você nunca viu: conheça o encanto dos mapas de Robert Szucs
- As 50 piadas mais engraçadas do Google Assistente
- IA diagnostica autismo por fotos com 100% de precisão
- A Fantástica Fábrica de Chocolate | Como está o elenco hoje em dia?