A Alemanha precisa das terras raras da China; e o custo está sendo entregar o futuro de sua economia
Anos de alertas sobre a intenção chinesa de dominar gargalos estratégicos agora se materializam em regras que transformam a dependência industrial em alavanca política
Em abril de 2025, a China começou a impor restrições de exportação sobre certos elementos de terras raras, aumentando o controle de licenças. Para manter o acesso aos minerais críticos necessários à sua indústria, as empresas alemãs agora precisam detalhar dados estratégicos — como produção, clientes, diagramas de fabricação e estoques — que podem ser usados por Pequim para mapear a indústria alemã e exercer influência política e econômica.
Essa obrigação imposta por Pequim às empresas alemãs não é um mero trâmite administrativo, mas uma transferência de inteligência industrial em grande escala, em um contexto no qual a Alemanha corre o risco de que esses dados sejam usados de diversas maneiras.
Os novos controles chineses exigem formulários com um nível de detalhe incomum — desde fotos do produto indicando onde estão as terras raras, até diagramas de fabricação, lista de clientes, dados de produção de três anos e projeções futuras.
Essas informações permitirão a Pequim reconstruir com precisão quais empresas dependem de um único fornecedor, quem opera sem estoque de segurança, onde um atraso em licenças poderia paralisar um setor inteiro e como essa dependência se ramifica em cadeias de valor subsequentes.
A indústria alemã não tem escolha a não ser aceitar. O motivo: não há margem de manobra. Com 95% do fornecimento vindo da China, recusar equivale a parar, e o caráter rotativo das licenças de seis meses transforma a dependência material em renovação periódica de ...
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