Começa hoje o depoimento das 14 testemunhas no julgamento do coronel reformado da Polícia Militar, Ubiratan Guimarães, acusado pela morte de 111 presos e pela tentativa de homicídio de outros cinco. O chamado Massacre do Carandiru, que ocorreu durante a invasão da PM na Casa de Detenção de São Paulo, em outubro de 1992, começou a ser julgado na última quarta-feira. Por parte da acusação serão chamadas dez pessoas: cinco sobreviventes do massacre e cinco peritos. A defesa convocou outras quatro: o ex-secretário de Segurança Pública, Pedro Franco de Campos, o ex-secretário-adjunto da Segurança, Antônio Filardis, além dos juízes Ivo de Almeida e Fernando Garcia. Os depoimentos das testemunhas estão previstos para começar após o término da leitura de autos do processo, artigos de jornais da época e de trechos dos livros selecionados pela promotoria.
Além de escutar a análise de todo o material escrito envolvido no caso, cerca de 35 mil página, os jurados, na semana passada, também assistiram a seis horas de vídeos, com reportagens sobre o assunto. O juri também escutou o depoimento de Ubiratan. "Se a intenção fosse matar, por que morreram só 111 presos e os outros 2.050 estão vivos?", indagou ele.
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