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Seqüestro de avião é fato raro no país

Quinta, 17 de agosto de 2000, 03h10min
A maior parte dos seqüestros de avião ocorridos no Brasil e no Mundo está associada a questões políticas, como obtenção de asilo diplomático. No País, esse tipo de crime ocorreu principalmente no fim dos anos 60 e início dos 70, época de endurecimento do regime militar.

O primeiro grande seqüestro de um avião comercial aconteceu em 8 de outubro de 1969, quando dois membros do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) seqüestraram o Caravelle, da Cruzeiro do Sul, que fazia a rota Rio de Janeiro-Manaus. Estavam a bordo 43 passageiros e 3 tripulantes. O avião foi levado para Havana, Cuba, onde Cláudio Augusto de Alencar, então com 26 anos, e Elmar Soares de Oliveira, de 25, obtiveram asilo de Fidel Castro.

Até o fim de 69, ocorreram outros cinco seqüestros de grandes aviões. Entre 1970 e 1972, aconteceram mais noves seqüestros. Em comum, o destino exigido: Havana. Até 1975, houve outras três tentativas, todas sem êxito.

Depois de um intervalo de mais de dez anos, em 29 de setembro de 1988, o maranhense Raimundo Nonato Alves da Conceição, de 28 anos, invadiu a cabine do Boeing 737-300 da Vasp, que realizava o vôo Porto Velho, Rondônia, com destino ao Rio de Janeiro.

Armado com uma pistola 7.65, ele exigia que a rota fosse desviada para Brasília. Ele queria jogar o avião contra o Palácio do Planalto, para "acertar contas com o então presidente José Sarney" O avião foi levado para Goiânia, onde a polícia interveio e o matou com três tiros. Cinco pessoas ficaram feridas.

Na história da aviação nacional, o primeiro seqüestro de avião não comercial ocorreu no dia 11 de junho de 1956: um bimotor Beechcraft, da Aeronáutica, foi roubado por cinco militares que queriam derrubar Juscelino Kubitschek, então presidente. Pouco depois, foram dominados e o governo permaneceu.

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O Estado de S. Paulo

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