Em pronunciamento no plenário do Senado, o senador Luiz Estevão (PMDB-DF) alegou que o bilhete que recebeu do dono da Incal, Fábio Monteiro de Barros, é mais uma prova de que não há sociedade entre eles, porque, se houvesse, os termos do bilhete seriam outros. "Não se pede empréstimo a um sócio", argumentou. Estevão disse que estão tentando destruir a carreira política dele e sua vida pública. O único aparte que Estevão recebeu, durante o pronunciamento, foi do senador Ernandes Amorim (PPB-RO). Segundo o senador por Rondônia, o Senado não é uma casa de santos e nem de milagreiros e, se fosse para ficar usando denúncias para punir senadores, toda a casa seria cassada.
Amorim se solidarizou com a afirmação de Estevão de que está havendo um "massacre" contra ele e sustentou que, na reunião de quarta-feira, em que será votado o pedido de cassação de Estevão no plenário, os senadores devem discutir a situação de forma cuidadosa. "Não estamos aqui para triturar e ver o desastre de um líder político, mas para analisar o caso", sustentou, lembrando que, se cassado, Estevão perderá os direitos políticos por 14 anos.
Amorim abriu seu voto: "Vou votar a favor de Vossa Excelência", anunciou. Ele defendeu a tese de que Estevão nem desabonou os colegas e nem molestou a vida política do Senado. "As denúncias referem-se a questões do passado e de sua vida empresarial, que já estão sendo examinadas pelo Ministério Público", sustentou.
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