Desidratação vira risco à saúde com calor extremo no Brasil

Alerta laranja e recordes de temperatura exigem atenção redobrada à hidratação diária

29 dez 2025 - 15h03

A desidratação tornou-se um risco real à saúde diante do calor extremo que atinge o Brasil na reta final de 2025.

60% dos brasileiros não consomem a quantidade mínima recomendada de água diariamente
60% dos brasileiros não consomem a quantidade mínima recomendada de água diariamente
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

Com cerca de oito estados sob alerta laranja e recordes históricos de temperatura em São Paulo, o aumento da perda de líquidos pelo corpo acende um sinal de alerta, sobretudo para gestantes, crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.

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Em regiões do Sudeste, Centro-Oeste e Sul, o calor intenso se combina à baixa umidade do ar, criando um ambiente que favorece a perda acelerada de água pelo suor e pela respiração. 

Em atividades ao ar livre, essa perda pode chegar a até 1,5 litro por hora.

Ainda assim, pesquisas indicam que mais de 60% dos brasileiros não consomem a quantidade mínima recomendada de água diariamente, um comportamento que se agrava no verão.

Por que o calor extremo aumenta o risco de desidratação?

Quando a temperatura sobe, o organismo intensifica mecanismos para regular o calor corporal, principalmente por meio do suor. Esse processo, embora essencial, leva à eliminação rápida de líquidos e sais minerais.

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Além disso, o calor favorece uma respiração mais rápida e superficial, o que também contribui para a perda hídrica.

Entre os idosos, o risco é ainda maior. Dados da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo mostram que esse grupo representa cerca de 40% das internações por desidratação.

A sensação de sede reduzida com o envelhecimento faz com que a ingestão de água seja insuficiente, mesmo em condições extremas.

Qual a quantidade ideal de água em dias muito quentes?

Segundo a endocrinologista e metabologista Dra. Elaine Dias JK, a hidratação deve ser prioridade em períodos de calor intenso.

"A recomendação diária de ingestão de água gira em torno de 2 a 3 litros, mas, diante das atuais condições climáticas, é fundamental aumentar esse consumo para compensar a perda de líquidos pelo suor e pela respiração. Altas temperaturas e respiração mais rápida e superficial favorecem a eliminação de água pelo organismo, o que pode levar rapidamente à desidratação", explica.

Uma forma prática de estimar a ingestão adequada é consumir entre 30 e 40 mililitros de água por quilo de peso corporal.

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Em dias de calor extremo, a orientação é ultrapassar o mínimo recomendado e manter atenção constante aos sinais do corpo, como cor da urina e nível de cansaço.

Quais sinais indicam que o corpo já está desidratado?

  • Sede excessiva
  • Boca seca
  • Diminuição do volume urinário
  • Urina escura
  • Tontura
  • Fadiga
  • Aceleração dos batimentos cardíacos

Esses são os principais sintomas que indicam que o organismo já entrou em desequilíbrio hídrico e precisa de reposição imediata de líquidos.

Em casos leves, a recomendação é ingerir água em pequenos goles, priorizar alimentos ricos em água e suspender atividades físicas intensas.

No entanto, se surgirem sintomas como confusão mental, dificuldade para respirar ou alterações no ritmo cardíaco, é fundamental buscar atendimento médico imediato.

Prevenção é essencial em períodos de calor extremo

Manter a hidratação adequada é uma das principais estratégias para preservar a saúde durante ondas de calor.

Portanto, observar os sinais do corpo, adaptar a ingestão de líquidos às condições climáticas e agir precocemente pode evitar complicações graves e internações, protegendo o organismo em um cenário cada vez mais frequente de temperaturas extremas

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