Maravilha moderna, Petra é parada obrigatória e exige boa forma

Desde 2007 quando, em Lisboa, foram apresentadas as sete maravilhas do mundo moderno, a visita à Jordânia fez de Petra a principal atração turística do país. A cidade é de longe a mais desenvolvida turisticamente. Por isso oferece opções de hospedagem para todos os bolsos. Petra está a pouco menos de 200 km da capital Amã e seu principal acesso é feito por rodovias. O deslocamento dentro da cidade pode ser feito com taxi, mas dentro do sítio arqueológico, o turista precisa estar munido de um bom par de tênis e boa forma física.

Caminho para o Monastério de Petra inclui escaladas de pedras e muita areia no chão
Caminho para o Monastério de Petra inclui escaladas de pedras e muita areia no chão
Foto: Renato Beolchi / Terra




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A região de Petra foi ocupada por volta do ano 1200 a.C. pelos edomitas. Durante o século VI a.C., o local foi colonizado pelos nabateus, que forçaram os edomitas a mudar-se para o sul da Palestina. Foram os nabateus que deram o nome de Petra ao enclave e nomearam a cidade como sua capital. Por volta de 63 a.C., o general romano Pompeu anexou Petra ao Império Romano. Petra passou dos romanos aos bizantinos em 395, quando Constantino fundou o império com capital em Constantinopla (atual Istambul).



Petra continuou a prosperar sob o domínio bizantino. Mas dois terremotos acabaram por devastar a cidade. Após o primeiro, a cidade conseguiu se reerguer. Mas em 551, um segundo terremoto devastou Petra por completo. As ruínas de Petra foram redescobertas pelo explorador suíço Johann Ludwig Burckhardt em 1812. Em 1985 Petra foi reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Quatro anos depois, em 1989, o cineasta americano Steven Spielberg rodou parte do filme Indiana Jones e a Última Cruzada em Petra, o que deu imensa notoriedade ao local.



O passeio por Petra se inicia pela entrada do parque arqueológico na parte mais elevada da antiga cidade. O roteiro até a primeira parada inclui uma caminhada de cerca de 15 minutos por desfiladeiros impressionantes. Paredões de rocha permeiam caminhos estreitos. A coloração das pedras dá a Petra duas cores distintas. Pela manhã, com o Sol forte, as ruínas da cidade são alaranjadas. Já pela tarde, os paredões e construções de Petra tomam uma coloração mais rósea.



O Tesouro

A primeira parada é no pátio que se forma à frente do Al Khazneh, ou Templo do Tesouro, a construção mais famosa de Petra. O lugar é sem dúvida o mais apinhado de turistas. O contraste negativo fica por conta da grande presença de vendedores de lembranças e a utilização do local como banheiros dos animais de carga que circulam pelo parque. Em alguns momentos, o cheiro é bastante desagradável. A finalidade da construção para o nabateus ainda é uma mistério. O nome ¿tesouro¿ deriva de uma lenda local que diz que ladrões teriam escondido suas riquezas na urna contida no topo da construção.



O resto da caminhada por Petra inclui ainda a visitas a construções menos famosas, mas tão impressionantes quanto o Templo do Tesouro. É o caso do Teatro e das Tumbas dos Reis. Logo em seguida chega-se a uma área com as ruínas da época da ocupação romana no Grande Templo de Petra. Nessa mesma área do complexo encontra-se um pátio com alguns restaurantes que oferecem um descanso na jornada pelo sítio arqueológico.



O Monastério

Talvez a segunda construção mais impressionante de Petra seja o El Deir, ou simplesmente o Monastério. Mas o acesso ao local exige bom preparo físico e atenção. Uma caminhada de cerca de 30 minutos separa o Monastério do complexo de alimentação de Petra. A caminhada é difícil e inclui a escalada de algumas pedras. Com muita areia no chão, não é difícil escorregar, e perder o equilíbrio na beirada de algumas gretas pode ser fatal.



A chegada ao pátio do monastério é impressionante. A construção é semelhante ao Templo do Tesouro, mas não fica completamente esculpida na rocha. O local foi utilizado durante a ocupação romana na região para a realização de cultos cristãos quando o Cristianismo tornou-se religião oficial do Império de Roma. No pátio do Monastério há um bar com bebidas geladas. É uma boa idéia garantir uma garrafa de água gelada para a longa jornada de volta.



Mas o Monastério ainda não é o ponto final do passeio. Mais uma breve escalada por trilhas sinalizadas com placas oferecem vistas impressionantes do vale de Wadi Musa e suas escarpas irregulares. Alguns beduínos da região afirmam que num dia limpo a vista pode chegar até as terras da Arábia Saudita que faz fronteira com a Jordânia no sul do país. A caminhada de volta até a entrada do parque leva em torno de 45 minutos sem paradas.



Petra by night

Uma das atrações mais impressionantes da cidade é o "Petra by night": um evento organizado pelo parque para oferecer um passeio não guiado pelo desfiladeiro. Cerca de 1,8 mil velas são posicionadas por todo o desfiladeiro iluminando apenas o caminho até o pátio do Templo do Tesouro. Lá mais velas iluminam a fachada da construção. Esteiras são colocadas no chão à frente do templo. O espetáculo se completa com a apresentação de músicos interpretando canções típicas da cultura beduína enquanto funcionários do parque servem chá quente para os visitantes. Ao final, um poeta recita versos de boas vindas aos turistas. O "Petra by night" acontece às segundas, quartas e quintas a partir das 20h30.





Nesta sexta-feira, leia sobre a viagem ao império romano em Jerash na quinta matéria do especial sobre a Jordânia.



O jornalista Renato Beolchi viajou a convite do Jordan Tourism Board.

Fonte: Terra
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