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Veja os perigos do vício em descongestionante nasal

Médio explica como o uso inadequado desse tipo de medicamento pode colocar a saúde em risco

3 mai 2024 - 12h03
(atualizado às 14h29)

Durante o outono, gripes e resfriados se tornam mais comuns. Entre os sintomas, a congestão nasal costuma causar bastante incômodo. Com isso, muitos pacientes recorrem ao uso de determinados descongestionantes nasais, chamados de vasoconstritores tópicos, que oferecem alívio imediato. No entanto, quando não utilizado da maneira correta e sem prescrição médica, esse medicamento pode prejudicar a saúde e viciar.

Quando usados de maneira incorreta, alguns descongestionantes nasais podem viciar
Quando usados de maneira incorreta, alguns descongestionantes nasais podem viciar
Foto: Dragana Gordic | Shutterstock / Portal EdiCase

Segundo o otorrinolaringologista do Alfa Instituto de Comunicação e Audição, Dr. Fernão Bevilacqua, o uso excessivo ocorre exatamente porque o medicamento traz uma resposta muito rápida para o alívio dos sintomas nasais. "Quando a pessoa percebe que o descongestionante faz com ela se sinta com o nariz desobstruído, quase que instantaneamente, isso acaba incentivando-a a querer buscar mais doses do spray, o que a torna dependente", alerta.

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Ainda de acordo com o especialista, o uso crônico e prolongado pode levar a uma vasoconstrição, que é a diminuição da passagem dos vasos sanguíneos. Esse efeito afeta as áreas mais sensíveis do corpo, como coração, cérebro, pulmão e intestino que, a longo prazo, podem sofrer complicações irreversíveis.

Identificando o excesso

Para saber quando o uso do descongestionante nasal passa a ser um vício, o Dr. Fernão Bevilacqua recomenda observar a frequência de locais em que o produto está presente no cotidiano. "Uma pessoa viciada carrega o produto no bolso, no porta-luvas do carro, na mochila do trabalho, na bolsa, no banheiro e chega até a comprar caixas e lotes", adverte.

Com isso, o medicamento sempre fica à mão, com fácil acesso. Mas nem sempre os sintomas são aparentes, sendo o mais recorrente a dificuldade de sentir a corrente de ar passar pelo nariz, mesmo que ela esteja sem obstruções. "O uso excessivo faz com que a mucosa fique hipertrófica, além disso, a pessoa perde a sensibilidade ao ar", pontua o otorrinolaringologista.

É indicado optar pela lavagem nasal com soro fisiológico ao invés do uso de descongestionante nasal
Foto: bigwa11 | Shutterstock / Portal EdiCase

Tratamento para o vício

Uma das formas de largar o vício em descongestionantes nasais é substituir o conteúdo do spray ou borrifador por soro fisiológico. Além disso, segundo o Dr. Fernão Bevilacqua, o ato ocorre de maneira gradual, e pode ser necessário o uso de medicamentos para aliviar a sensibilidade da mucosa.

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"Um otorrinolaringologista pode sugerir o uso de corticoides, lavagem nasal ou até medicamentos orais como anti-inflamatórios e anti-histamínicos, dependendo sempre de cada caso. Mas para cessar instantaneamente, a melhor forma ainda é trocar pelo soro fisiológico", reitera o especialista.

Uso adequado dos descongestionantes

Além disso, não é por conta de o medicamento causar dependência em algumas pessoas que ele não possui um valor importante para a medicina. O médico destaca que o descongestionante nasal pode ser usado para sangramentos leves no pós-operatório, além de ser indicado para quem tem sinusite aguda durante dois ou três dias.

"O que vale é sempre ter uma prescrição e acompanhamento médico para que esse tipo de produto possa ser usado. É importante que o especialista avalie quando o descongestionante está sendo usado de forma crônica e acaba se tornando um veneno ao invés de ajudar o paciente, trazendo prejuízos à saúde", conclui.

Por Renata Sbrissa

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