OMS lança 1º teste em grande escala de vacina contra malária

Três países africanos receberão doses do medicamento

23 abr 2019 - 12h02
(atualizado às 13h55)

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou nesta terça-feira (23) que iniciará a implementação da primeira vacina contra a malária, uma das doenças mais letais do mundo, que mata uma criança a cada dois minutos. O primeiro país a receber doses da vacina será o Malaui. Logo depois, Gana e Quênia também testarão o medicamento, considerado, até hoje, a única vacina que tem efeito protetor parcial contra a doença. O lançamento do projeto ocorre no âmbito de um "programa piloto histórico" e, segundo a OMS, a vacina "RTS, S" será disponibilizada para crianças menores de dois anos de idade.

OMS lança 1º teste em grande escala de vacina contra malária
OMS lança 1º teste em grande escala de vacina contra malária
Foto: ANSA / Ansa

A África é o continente mais afetado pela malária e a cada ano mais de 250 mil crianças morrem devido à doença. Já no mundo, a doença mata 435 mil pessoas anualmente, sendo a maioria crianças menores de cinco anos, de acordo com a organização. Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a vacina contra a malária "tem o potencial de salvar a vida de dezenas de milhares de crianças". "Temos visto ganhos tremendos de mosquiteiros e outras medidas para controlar a malária nos últimos 15 anos, mas o progresso estagnou e até reverteu em algumas áreas", acrescentou.

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Segundo Ghebreyesus, é preciso "novas soluções para recuperar a resposta da malária, e essa vacina nos oferece uma ferramenta promissora para chegar lá" A vacina exigiu 30 anos de pesquisa e foi a única vacina que demonstrou uma redução significativa da malária entre as crianças. Em estudos clínicos, a dose foi capaz de prevenir cerca de quatro casos em 10, incluindo três casos de malária "séria" potencialmente grave. O projeto piloto de vacinação, coordenado pela Organização Mundial de Saúde, pretende alcançar 360 mil crianças por ano nos três países. A ideia nasceu a partir da colaboração entre os Ministérios da Saúde de Gana, Quênia e Malaui, além de vários parceiros nacionais e internacionais, incluindo a empresa farmacêutica GSK, responsável pelo desenvolvimento e fabricação da vacina e que doou 10 milhões de doses de vacina para este teste inicial.

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