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OMS acredita que Brasil e outros países do continente ainda não atingiram o pico da pandemia

Entidade evita fazer previsões sobre coronavírus nas Américas e se mostra preocupada com o colapso nos sistemas de saúde

1 jun 2020 - 13h46
(atualizado às 15h28)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está atenta para a situação da pandemia no Brasil e em outros países da América. O diretor do programa de emergências da entidade, Michael Ryan, afirmou que o pico do coronavírus no continente ainda não foi atingido. Ryan ressaltou que é difícil fazer qualquer previsão, mas alertou que países das Américas, como Brasil, Peru, Chile e México, estão entre os que mais registram novos casos da doença em 24 horas.

"Não acredito que tenhamos atingido o pico, e não posso prever quando ocorrerá, mas precisamos mostrar solidariedade aos países das Américas Central e do Sul, da mesma forma que fizemos com países de outras regiões. Estamos juntos e ninguém fica para trás. Se olharmos os diferentes hemisférios, cinco dos dez países com maior número de casos nas últimas 24h estão nas Américas: Brasil, EUA, Peru, Chile e México. É uma área bastante ampla. E os países com maior aumento são Brasil, Colômbia, Peru, México, Haiti e Argentina", disse.

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"Embora os números não sejam exponenciais em alguns países, estamos vendo um aumento progressivo diário dos casos. Os sistemas de saúde estão sob pressão, e estamos preocupados com lugares como o Haiti. Ninguém está seguro até todos estarem seguros. Precisamos mostrar solidariedade aos países das Américas Central e do Sul, da mesma forma que fizemos com países de outras regiões. Estamos juntos e ninguém fica para trás", continuou o diretor.

Ryan lembrou que é difícil fazer uma previsão, mas reforçou a preocupação da OMS no continente. "Os países estão precisando trabalhar muito duro para conter a escalada da infecção. Há outros países nas Américas com sistemas de saúde fracos. Temos bons exemplos de países que envolveram todo o governo e a sociedade. Vimos outra situação quanto à ausência e fragilidade nessa situação. Precisamos focar na resposta que esses países vão dar."

A OMS anunciou que deve divulgar, "nas próximas 24 horas", a conclusão de seus estudos sobre a segurança da hidroxicloroquina no combate ao novo coronavírus. O ensaio clínico com o medicamento no projeto Solidariedade (Solidarity) está suspenso desde 25 de maio, quando a entidade se sustentou em uma pesquisa externa, publicada na revista científica The Lancet, que alertou para os maiores riscos de morte em pacientes que utilizaram a droga.

De acordo com a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, as novas diretrizes sobre a hidroxicloroquina se basearão nos dados da própria organização. A atualização levará em conta as respostas ao medicamento observadas em pacientes do ensaio clínico Solidariedade. No Brasil, a inicietiva é coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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"Consideramos que seja mais importante proteger os pacientes de qualquer risco, e por isso suspendemos temporariamente os testes com a hidroxicloroquina. Precisamos de dados de ensaios clínicos randomizados para chegar a uma conclusão. Ainda estamos avaliando esses dados, e devemos divulgar os resultados nas próximas 24 horas", afirmou Swaminathan.

Ainda segundo a cientista, um ensaio clínico no Reino Unido prosseguiu com os testes com a hidroxicloroquina porque não encontrou riscos no uso da droga em pacientes da covid-19. "É preciso gerar dados sobre segurança e eficácia de qualquer um desses tratamentos analisados. É uma nova doença, ainda não temos evidências. Esperamos que os ensaios respondam a essa pergunta (segurança da hidroxicloroquina), pois é muito importante".

Resposta aos EUA

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, evitou entrar em confronto com os Estados Unidos, mesmo após o presidente Donald Trump anunciar, na última sexta-feira, 29, o fim das relações com a entidade. Em rápido pronunciamento sobre o caso, Tedros pediu que os EUA continuem colaborando com a saúde global.

"O mundo se beneficia, há muito tempo, do engajamento forte e colaborativo com o governo e o povo dos Estados Unidos. A contribuição e a generosidade com a saúde global foram imensas ao longo de várias décadas, e fizeram a diferença na saúde pública ao redor do mundo. É um desejo da OMS que essa colaboração continue", afirmou o diretor-geral.

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Segundo Tedros, a entidade só soube do anúncio de Trump por meio dos veículos de comunicação, sem qualquer aviso direto do governo americano.

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