Nos últimos anos, circulam diversas informações sobre a relação entre água com gás e hipertensão. A propagação dessas mensagens causa preocupação, especialmente após vídeos virais sugerirem que o consumo da bebida possa elevar a pressão arterial. Diante dessas dúvidas, torna-se importante examinar cuidadosamente o tema e entender se realmente existe impacto significativo sobre a saúde cardiovascular.
Os especialistas em nutrição e cardiologia analisaram estudos recentes para investigar se a água gaseificada representa um risco para pessoas saudáveis. Os resultados mostram que a maioria dos indivíduos, principalmente os jovens com pressão controlada, não sofre efeitos adversos após ingerir água com gás. Dessa maneira, torna-se fundamental diferenciar boatos e fatos comprovados pela ciência.
Água com gás pode aumentar a pressão arterial?
Dúvidas comuns surgem quando novas informações chegam às redes sociais. A alegação de que a água com gás causa elevação da pressão existe, mas as evidências científicas não a comprovam. Os autores dos principais estudos observaram um leve aumento da pressão logo após a ingestão da bebida, porém o efeito não persiste. Esse aumento chega, no máximo, a 10 mmHg e dura entre um e dois minutos.
A explicação para esse fenômeno está no chamado reflexo de deglutição. Esse mecanismo natural do corpo ocorre sempre que engolimos líquidos, desencadeando ajustes rápidos e passageiros no funcionamento do organismo. Segundo os pesquisadores, a pressão retorna ao valor normal pouco depois, não caracterizando risco de hipertensão.
Existe perigo devido ao teor de sódio da água com gás?
Outro ponto levantado frequentemente envolve o sódio presente em águas gaseificadas. A preocupação faz sentido, já que o excesso desse mineral pode realmente aumentar a pressão arterial ao longo do tempo. Entretanto, a maior parte das águas com gás comerciais apresenta quantidades reduzidas de sódio, geralmente inferiores a 1 mg por litro em grandes marcas brasileiras.
- Água com gás comum: De 0,5 a 1 mg/litro de sódio.
- Água com gás premium: Menor teor, chegando próximo de zero.
- Água mineral com gás: Algumas marcas podem ultrapassar 20 mg/litro. Fique atento ao rótulo.
Esses valores devem ser comparados à recomendação da Organização Mundial da Saúde, que orienta o consumo máximo de 2.000 mg de sódio ao dia. Assim, a ingestão ocasional ou mesmo regular da água com gás, desde que tenha baixo teor de sódio, dificilmente interferirá na pressão.
Como escolher água com gás para evitar riscos à saúde?
É possível adotar medidas simples para garantir o consumo seguro desse tipo de bebida. A primeira orientação, segundo especialistas, consiste em analisar o rótulo antes da compra. Embora a maior parte das marcas tenha sódio em níveis seguros, algumas opções específicas contêm quantidades elevadas desse mineral.
- Leia sempre a tabela nutricional apresentada na embalagem.
- Prefira rótulos com menos de 20 mg/litro de sódio.
- Evite águas saborizadas ou com adição de sais se houver restrição médica.
Comportamentos assim contribuem para a manutenção da pressão arterial, sem comprometer a hidratação diária. Pessoas com diagnóstico de hipertensão ou doenças renais também devem conversar com profissionais de saúde antes de modificar a dieta.
Quais mitos cercam a água com gás e a pressão arterial?
Muitos mitos persistem sobre a água gaseificada e seus possíveis efeitos no corpo humano. Um deles afirma que a bebida contém níveis elevados de sódio, similar aos refrigerantes. Outro indica que o gás carbônico é responsável pelo aumento da pressão, o que não se sustenta com base no conhecimento científico atual.
- Gás carbônico: Não possui relação direta com hipertensão.
- Teor de sódio: Na grande maioria dos casos, permanece baixo nas marcas populares.
- Duração do efeito: O suposto aumento de pressão dura poucos minutos e não acarreta riscos a médio ou longo prazo.
Portanto, quem aprecia água com gás pode continuar consumindo com tranquilidade, desde que siga as recomendações sobre a escolha do produto. Manter hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e prática de atividades físicas, desempenha papel crucial para o controle da pressão arterial.
