Em geral, os médicos não recomendam emendar uma tentativa de fertilização
in vitro(FIV) com uma nova tentativa logo no mês seguinte. Os mais ansiosos, no entanto, não precisam se afligir: o tempo de espera para o organismo se recuperar costuma ser de um a dois ciclos menstruais.
O intervalo entre as tentativas pode ser necessário quando há o uso de medicamentos para indução ovulatória, o que acontece nos procedimentos de inseminação artificial intrauterina e FIV. É preciso esperar que o ovário volte ao tamanho normal e os folículos estimulados regridam. "Se eu estimular de novo e ainda tiver formações remanescentes do outro ciclo, posso estimular essas formações antigas e criar um problema no ovário", afirma Luiz Fernando Dale, médico especialista em reprodução humana da Clínica Dale, do Rio de Janeiro.
O tratamento deve ser reiniciado após a normalização do ovário e depois de as taxas de hormônio se regularizem. "A mulher só pode começar do zero, não do meio, senão ela não vai ter bom resultado. O organismo não vai responder", explica ele.
A condição do ovário deve ser avaliada por meio do ultrassom transvaginal. Somente após o exame é refeito o ciclo.
Na FIV, o período para que o organismo se normalize costuma demorar de um a dois ciclos. Na inseminação, a quantidade de hormônio utilizada é menor, portanto é possível, em muitos casos, que a mulher refaça o procedimento no próximo ciclo menstrual, caso o ultrassom aponte a regularização do ovário.
Em métodos de reprodução assistida que não estimulam o ovário a liberar mais óvulos, como a inseminação artificial intrauterina ou FIV com ciclo natural, não é preciso esperar.
Já em caso de abortamento espontâneo, é necessário também haver de um a dois ciclos de intervalo para que o nível hormonal se estabilize. "Quando a mulher aborta, eu não sei quando o ciclo vai recomeçar. A única maneira é observar depois a menstruação do ciclo que vai começar e reprogramar a partir disso", explica o médico.
Emocional
Fora o lado biológico, o aspecto emocional deve ser pesado para o casal que queira começar de novo. Para determinados casais, esperar um tempo antes de reiniciar o tratamento seria mais recomendado, como forma de aliviar a pressão. Esperar mais para tentar de novo não interfere no resultado do tratamento.
Após a tentativa, o casal deve se reunir com o médico, que lhes explicará o resultado e as possibilidades de tentar de novo. "Nesse momento, vamos analisar as condições físicas e emocionais para ver quando é o melhor momento para recomeçar", afirma Luiz Fernando. "Essa conversa é extremamente importante. Mas a decisão cabe ao casal, não ao médico."
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