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Aprenda como evitar lesões ao volante

Juan A. Medina

Dirigir um automóvel parece uma tarefa simples e sem consequências para nosso organismo, mas os maus hábitos e o excesso de horas ao volante podem ocasionar grandes lesões e doenças que influeciam em nossa segurança viária. Lesões de costas, pescoço, problemas cardiovasculares, transtornos digestivos e alterações de sono figuram entre os principais problemas que afetam os motoristas profissionais.

Maus hábitos e excesso de horas ao volante podem causar lesões e doenças
Maus hábitos e excesso de horas ao volante podem causar lesões e doenças
Foto: Dominique Leppin / EFE

Assim reflete o estudo Segurança e Saúde para Motoristas de Mercadorias, elaborado pela Fundação Mapfre, em colaboração com o Centro de Estudos de Prevenção e Saúde Laboral (Cepsal) e a Associação de Especialistas em Prevenção de Riscos Trabalhistas (Aepsal), da Espanha.

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Este estudo estabeleceu que as doenças que mais afetam este grupo são "as de origem cardiovascular, transtornos do sistema locomotor, doenças respiratórias, úlceras gástricas e uma série de alterações relacionadas com a falta de ergonomia no local de trabalho e uma carga mental excessiva, que provocam problemas de postura e alterações do comportamento".

Para Julio Laria, diretor-geral do Instituto de Segurança Viária da Fundação Mapfre, o motorista profissional realiza um "trabalho muito exigente" e sobre o qual é preciso vigiar muito de perto seu sobrepeso. Para Laria, o sobrepeso e o sedentarismo são dois aspectos que influeciam de maneira determinante no surgimento de problemas de inércia, cardiovasculares, de postura e digestivos.

"O mais recomendável é manter um peso razoável, ter uma dieta o mais ajustada possível para evitar o sobrepeso e que não degenere em outras doenças", disse.

A maioria das doenças que estes trabalhadores desenvolvem, vinculadas à sua profissão, é relacionada com movimentos repetitivos e posturas sustentadas (tendinite e epicondilite); com o sedentarismo (alterações cardiovasculares); com alimentação inadequada (transtornos digestivos) e hábito tabáquico e alcoólico (bronco e cardiopatias).

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Além disso, os motoristas de mercadorias sofrem outro tipo de lesões quando realizam trabalhos anexos a sua atividade principal. Estas são: deslocamentos, entorses e torções, assim como ferimentos superficiais, ocasionadas principalmente por manipulação de todo tipo de carga.

Vigiar a saúde dos motoristas

A Fundação Mapfre aconselhou "realizar pausas para fazer alongamentos, relaxar os músculos, mudar a posição do corpo nos descansos, e esticar os músculos suavemente para evitar contraturas".

Realizar exercício físico de forma habitual, reduzir o consumo de álcool e tabaco, e manter hábitos alimentares saudáveis estão entre as recomendações que os motoristas devem seguir para evitar doenças cardiovasculares.

O Instituto de Segurança Viária da Fundação Mapfre trabalha na elaboração de planos preventivos para conscientizar as empresas e sensibilizar os motoristas para que tomem conta de sua saúde, além da conveniência de elaborar uma lista de doenças profissionais para poder estabelecer uma possível relação com alguns dos acidentes trabalhistas que acontecem.

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Para o diretor-geral do instituto, os fabricantes de automóveis trabalharam muito em ergonomia e em proteção de determinadas partes do corpo dos motoristas. "Progrediu-se muito em questão de pescoço e cabeça, partes que mais sofrem em caso de acidente", disse Laria, reivindicando mais e melhores áreas de descanso para estes profissionais.

A fadiga

Precisamente, o descanso é um aspecto a vigiar por um grupo que sofre um grande estresse laboral por causas como a adaptação a diferentes horários, longos períodos fora do domicílio particular, o isolamento e o risco de sofrer acidentes.

"Se a isto for somado o cansaço físico, descobrimos que a população de motoristas de mercadorias está exposta a um alto grau de fadiga mental", apontou o estudo da Fundação Mapfre, mas se tal cansaço é acumulativo e as causas que o produzem não desaparecem "pode desembocar em um cansaço crônico", mais complexo e do qual não é possível se recuperar com um simples descanso.

A esta fadiga se somou nos anos o estresse perceptivo do motorista, provocado pelo excesso de informação recebida no painel do veículo (velocidade, rotações do motor, temperatura interior/exterior, GPS etc.), "informação de grande utilidade para a tomada de decisões, mas que poderia chegar a saturar os canais de atenção e percepção", apontou a Fundação Mapfre.

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