Segundo dados da PNS 2019 do IBGE, o consumo de cigarro de palha cresceu nos últimos anos entre os jovens adultos, sendo equiparado aos malefícios dos cigarros industriais. A pneumologista Fernanda Miranda destaca a relevância de alertar o público jovem sobre os malefícios do tabagismo por meio de campanhas educativas.
Típico do interior do Brasil, o uso do cigarro de palha está aumentando nos últimos anos, principalmente entre os jovens. Segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), feita em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve um aumento do consumo de cigarro de palha entre jovens adultos de 18 a 24 anos, tanto na área urbana (2,0% em 2013 vs 3,2% em 2019) como na área rural (2,2% em 2013 vs 4,5% em 2019). Dados que chamam a atenção neste 31 de maio, que é o Dia Mundial sem Tabaco e também o Dia Mundial de Combate ao Fumo.
Muitos pensam que esses cigarros são menos prejudiciais que os industrializados, mas a pneumologista Fernanda Miranda, destaca que isso é um mito.
“Os cigarros de palha são frequentemente considerados menos prejudiciais do que os cigarros convencionais devido à ausência de alguns aditivos químicos presentes nos industrializados, mas essa é uma impressão equivocada. Os cigarros de palha ainda contêm tabaco e produzem fumaça, o que os torna prejudiciais à saúde, causando as mesmas doenças que os convencionais, chamados comumente de cigarros brancos”, diz a médica.
A especialista, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, analisa alguns fatores que costumam influenciar os jovens para o consumo deste produto, também chamados de “paiêros” ou “palheiros”.
“O modismo em torno dos cigarros de palha e outros produtos do tabaco pode ser atribuído a diversos fatores, como influência da mídia, marketing agressivo da indústria do tabaco, pressão social e até mesmo a busca por uma imagem de rebeldia ou pertencimento a um grupo específico”, alerta ela.
Montagem
Fernanda Miranda salienta também que tanto os cigarros de palha que são comprados prontos quanto os que são montados na hora do consumo são prejudiciais.
“A montagem dos cigarros de palha na hora, de forma artesanal, não faz diferença significativa em termos de malefícios à saúde em comparação com os palheiros prontos. Ambos contêm tabaco e produzem fumaça”, explica sobre os pontos principais que fazem mal à saúde.
A pneumologista explica ainda que as pessoas que estão por perto de quem fuma os palheiros também são prejudicadas.
“Os fumantes passivos de cigarros de palha, assim como dos outros tipos de cigarros, também correm riscos para a saúde, pois a fumaça contém substâncias tóxicas que podem afetar negativamente o sistema respiratório e cardiovascular”, salienta.
A médica destaca a relevância de datas sobre o tema. “No Dia Mundial sem Tabaco e Dia Mundial de Combate ao Fumo é importante alertar as pessoas, especialmente os jovens, sobre os malefícios do tabagismo por meio de campanhas educativas, informações sobre os riscos para a saúde, apoio para deixar o hábito de fumar e incentivo a um estilo de vida saudável. Inclusive este ano teremos em agosto a 12ª Edição da Corrida de rua Largue o Cigarro Correndo”, conclui.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.