Jovem de 28 anos está em coma há 32 dias após ingerir gin suspeito de adulteração com metanol em São Paulo, enquanto a família aguarda um milagre diante das graves sequelas e investigações em andamento.
A mãe do jovem Rafael Anjos Martins, de 28 anos, que está em coma desde 1º de setembro após consumir gin adulterado com metanol em São Paulo, desabafou sobre o estado de saúde do filho. Em entrevista ao Terra Agora, Helena dos Anjos afirmou que, antes de o filho entrar em coma, ele havia comunicado a perda da visão. Logo depois, ele sofreu uma insuficiência respiratória e acabou intubado. O seu quadro é considerado grave.
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Rafael consumiu uma bebida em uma adega na Cidade Dutra, na Zona Sul de São Paulo. Helena contou que após o filho ter ingerido a bebida adulterada, não teve tempo de conversar com ele, mas teve acesso a um áudio, enviado por Rafael para uma amiga.
"Eles beberam em casa. Foram duas garrafas e eles estavam em cinco pessoas", disse ela, para depois detalhar em quais condições foi levado ao hospital. "Ele estava com bastante dor abdominal. Gritou pelo pai, pedindo ajuda, porque entendeu que já estava cego, não enxergando nada. Estava gemendo muito, com muita dor. Quando entramos no pronto-socorro ele já foi logo para a sala de emergência e foi entubado prontamente", relatou.
De acordo com Helena, que é enfermeira, o médico rapidamente suspeitou que Rafael estava intoxicado com metanol. Extremamente abalada, ela disse estar acompanhando Rafael desde o momento em que ele foi acudido. "Desde que ele foi socorrido, estou com ele até hoje; há 32 dias". As outras pessoas que estavam no dia do incidente realizaram exames, foram internadas, mas já receberam alta hospitalar.
Os comprovantes da compra das bebidas, com dados como horário, pagamento e local, foram enviados à polícia para investigação. "Os vasilhames também foram entregues. Como eles beberam em casa, a gente teve essas amostras para análise, mas já faz 32 dias do acontecido e eu não tenho o retorno da perícia", disse.
Dada a gravidade do caso, o jovem passou por sessões de hemodiálise, mas sem apresentar respostas eficazes. Antes disso, foi tentado um tratamento com antídoto, também sem sucesso — em parte devido à dificuldade de encontrar unidades clínicas que oferecessem esse tipo de atendimento. Por fim, Helena explicou que é a fé que a mantém esperançosa, apesar do cenário atual."
"Foi confirmada a lesão do nervo óptico, uma lesão cerebral importante devido ao veneno. Ele não tem como fechar o quadro e realizar todos os exames para a confirmação da morte encefálica. Ele está com o diagnóstico por intoxicação por metanol. Estamos aguardando a vontade de Deus; a gente ora muito por um milagre. É o que a gente pode fazer. O que a medicina podia fazer por ele, foi feito".