Parecem aranhas, mas não são. Conheça os amblipígios

Apesar da semelhança com as aranhas, o amblipígio faz parte de uma ordem própria dentro do grupo dos aracnídeos. Conheça esse ser vivo!

7 nov 2025 - 18h00

Encontrar um amblypygi pode despertar curiosidade instantânea devido à sua aparência incomum, com longas pernas finas que lembram uma aranha. Apesar dessa semelhança, o amblipígio faz parte de uma ordem própria dentro do grupo dos aracnídeos. Esses animais chamam atenção não apenas pelo visual, mas também pelo modo de vida peculiar, que traz detalhes fascinantes sobre sua adaptação e comportamento.

Os amblipígios habitam regiões tropicais e subtropicais de diversos continentes e costumam ficar sob troncos, dentro de cavernas ou em ambientes úmidos e escuros. No entanto, ao contrário das aranhas, eles não possuem veneno nem apresentam riscos para seres humanos. Sua morfologia e hábitos são ideais para a sobrevivência em lugares pouco acessíveis, o que reforça ainda mais o interesse científico por essa ordem.

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A principal marca visual do amblipígio é o corpo achatado e a presença de patas dianteiras extremamente alongadas e sensoriais – depositphotos.com / davemhuntphoto
A principal marca visual do amblipígio é o corpo achatado e a presença de patas dianteiras extremamente alongadas e sensoriais – depositphotos.com / davemhuntphoto
Foto: Giro 10

O que é um amblipígio?

O termo amblipígio designa uma ordem de aracnídeos cuja principal marca visual é o corpo achatado e a presença de patas dianteiras extremamente alongadas e sensoriais. A palavra vem do grego, significando "garras cegas", devido ao formato das pinças, que lembram tesouras. Ademais, o corpo do amblipígio divide-se em cefalotórax e abdome, assim como nos escorpiões, mas ele não possui cauda nem ferrão.

Outro aspecto marcante são os pedipalpos, apêndices adaptados que funcionam como pinças, utilizados para capturar presas. Por não produzirem teias e não possuírem glândulas de veneno, dependem destes membros para caçar insetos e outros invertebrados.

Ambientes em que vivem e hábitos dos amblipígios

A ordem amblypygi é composta por centenas de espécies que vivem predominantemente em áreas tropicais e subtropicais do mundo. No Brasil, é possível encontrar representantes no Cerrado, Mata Atlântica e na Amazônia. Eles preferem lugares escuros, úmidos e protegidos, como cavernas, cascas de árvores e fendas em rochas.

Durante o dia, costumam ficar escondidos para evitar predadores e não perder água pela evaporação. Apenas à noite tornam-se ativos, utilizando suas patas modificadas como antenas sensíveis para explorar o ambiente em busca de alimento. Geralmente, as presas incluem pequenos invertebrados, adaptando-se com perfeição ao ambiente.

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  • Podem se locomover rapidamente quando ameaçados
  • Demonstram comportamento territorial entre indivíduos da mesma espécie
  • Muitas espécies apresentam cuidado parental, protegendo os filhotes nos primeiros dias de vida

Quais são as principais diferenças entre amblipígios e aranhas?

Apesar da aparência parecida, amblipígios não são aranhas. Existem diferenças fundamentais que os distinguiam de verdade, tanto na anatomia quanto no comportamento. As aranhas pertencem à ordem Araneae e produzem teias para capturar presas, além de possuírem veneno em alguns casos. Já os amblipígios dependem da força dos pedipalpos para aprisionar e imobilizar os alimentos.

  1. Estrutura corporal: amblipígios possuem corpo achatado e patas muito longas e finas, enquanto as aranhas têm formas mais compactas.
  2. Ausência de veneno: essa ordem de aracnídeos não é venenosa para humanos, diferentemente de várias espécies de aranha.
  3. Sensores avançados: as "antenas" dos amblipígios servem para sentir o ambiente, recurso ausente nas aranhas.
Durante o dia, os amblipígios costumam ficar escondidos para evitar predadores e não perder água pela evaporação – depositphotos.com / RealityImages
Foto: Giro 10

Curiosidades e importância ecológica do amblipígio

O sistema de locomoção do amblipígio é um dos mais curiosos entre os aracnídeos. Suas patas dianteiras são usadas quase como se fossem antenas de insetos, auxiliando na navegação em ambientes escuros e estreitos. Além disso, os indivíduos dessa ordem comunicam-se por meio de toques sensoriais realizados com essas patas especializadas.

Uma característica relevante é sua atuação equilibrando populações de invertebrados no ambiente, consumindo insetos que podem ser considerados pragas em áreas agrícolas ou florestais. O ciclo reprodutivo também merece destaque, já que a fêmea transporta os filhotes no dorso após a eclosão dos ovos, oferecendo proteção nos primeiros dias de vida.

Apesar do aspecto ameaçador, a presença do amblipígio em diferentes ecossistemas revela um importante papel na manutenção do equilíbrio ecológico. Muitas culturas populares atribuem lendas e mitos a esses animais, reflexo do desconhecimento sobre sua real natureza, que é inofensiva e fundamental para o controle biológico.

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