Os cães podem associar palavras a objetos, e assim entender o significado de determinados substantivos. É o que desvendou um grupo de especialistas, cujas descobertas foram veiculadas na Current Biology. Para o estudo, participaram 18 cachorros — e seus respectivos tutores.
As pessoas foram orientadas a gritar os nomes dos brinquedos de seus animais de estimação e então segurar um objeto que fosse o correto ou não. Aí vem um ponto que intrigou os cientistas: a atividade cerebral do cachorro muda, dependendo do brinquedo ser o certo ou não.
Diante dessa incompatibilidade, os cérebros dos cães produziram uma resposta que os humanos apresentam quando ouvem ou leem palavras que não correspondem às expectativas.
Isso não acontece em vão. Os cientistas observam que a presença desse sinal cerebral comprova que os cães ativam a memória de um objeto quando ouvem o nome.
No comunicado feito pelo ELTE Institute of Biology, os autores explicam que, como os cães aprendem palavras de instrução em vez de nomes de objetos, a expectativa era que a capacidade de compreensão referencial de palavras-objetos estivesse ligada ao número de palavras-objetos que eles usam, mas não foi bem assim.
A inteligência dos cães
O comunicado pontua que "não importa quantas palavras objetivas um cão entende, as palavras conhecidas ativam representações mentais de qualquer maneira, sugerindo que essa habilidade está geralmente presente em cães e não apenas em alguns indivíduos excepcionais que conhecem os nomes de muitos objetos".
Mas não é a primeira vez que a inteligência desses animais entra em pauta na literatura científica. Uma pesquisa húngara chegou a mostrar que os cães conseguem perceber diferença entre idiomas — houve diferença de padrões de atividade no córtex auditivo de acordo conforme eles ouviam áudios de diferentes idiomas.
Já uma publicação da Journal of Comparative Psychology foi além e deixou claro que cachorros conseguem pensar em conceitos abstratos.
Esse último estudo conclui, então, que "os cães não estão apenas aprendendo um comportamento específico com certas palavras, mas podem realmente entender o significado de algumas palavras individuais, assim como os humanos".
O próximo objetivo é saber se a capacidade de compreender a linguagem referencial é específica dos cães ou se também pode estar presente em outros mamíferos, o que deve guiar os próximos estudos da área.
Fonte: Current Biology, ELTE
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