Verão, piscina e mar: por que as otites aumentam e como evitá-las, segundo especialistas

Profissionais explicam sintomas, riscos e o que fazer para prevenir o problema que afeta principalmente crianças

15 dez 2025 - 18h06

Com a chegada das temperaturas mais altas, praias e piscinas passam a fazer parte da rotina de adultos e crianças. Porém, junto com o lazer, cresce também a procura por atendimento médico por conta das chamadas otites de verão, inflamação no canal auditivo que se torna mais comum nesta época.

Com a combinação de calor intenso, umidade e mais horas dentro d’água, cresce o número de atendimentos por otites externas
Com a combinação de calor intenso, umidade e mais horas dentro d’água, cresce o número de atendimentos por otites externas
Foto: depositphotos.com / Vonschonertagen / Bons Fluidos

Como surgem as otites?

"A água entra no ouvido, não seca totalmente e deixa a pele úmida por muito tempo. Então isso favorece pequenas fissuras no canal auditivo que facilitam a entrada de bactérias e fungos", explica a otorrinolaringologista Dra. Maura Neves, médica da USP.

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Segundo a otorrinolaringologista Dra. Roberta Pilla, membro da ABORL-CCF, a situação ainda piora quando há trauma local provocado pela introdução de objetos. "Muita gente coloca cotonete, palito ou até tampa de caneta para 'coçar'. Isso machuca, remove a cera que é um mecanismo de proteção e aumenta muito o risco de infecção", destaca. Além disso, condições como eczema, alergias, psoríase e descamação do conduto auditivo também predispõem à otite externa

Sinais mais frequentes

  • Sensação de ouvido tampado
  • Redução da audição
  • Dor aguda
  • Zumbido
  • Tontura
  • Febre

"Em geral, a perda auditiva é temporária, mas, em quadros mais graves, pode ocorrer perfuração do tímpano, o que prolonga os sintomas", alerta Dra. Maura. Primeiramente, o tratamento da otite externa deve ser feito sempre com um otorrinolaringologista, que prescreverá as medicações corretas. Em muitos casos, recomenda-se evitar mar e piscina por cerca de 10 dias.

Ademais, a falta de tratamento adequado pode gerar complicações. "Pode ocorrer infecção mais profunda, comprometimento da cartilagem, dor intensa e até sequelas auditivas, como zumbido persistente", afirma Dra. Roberta.

Por fim, segundo as especialistas, pequenas atitudes evitam a maioria dos casos:

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  1. Seque suavemente a orelha com a ponta de uma toalha após nadar.
  2. Se sentir água presa, incline a cabeça para o lado e encoste a orelha na toalha.
  3. Se houver secreção escura ou amarelada, procure um otorrino imediatamente.
  4. Nunca use cotonete dentro do ouvido. Ele serve apenas para limpar a parte externa.
  5. Evite coçar o ouvido com objetos. Em crianças, redobre a atenção.
  6. Não use gotas caseiras. Apenas o médico pode indicar o tratamento correto.

*Texto de Michelly Souza, da Update Comunicação Inteligente

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