Por que a F1 decidiu fazer os testes de modo diferente para 2022?

Nesta quarta (26), a F1 anunciou como será a cobertura dos treinos de pré-temporada. Entenda.

26 jan 2022 - 19h16
Alpine e Mercedes no circuito de Sakhir, no Barein, em foto de 2021
Alpine e Mercedes no circuito de Sakhir, no Barein, em foto de 2021
Foto: F1.com

A pouco menos de um mês da data agendada para a primeira sequência de testes de 2022, a F1 detalhou como será o acesso. Os períodos seguem os mesmos do que os anteriores: 23 a 25 de fevereiro em Barcelona (Espanha) e 10 a 12 de março no Bahrein. Mas a questão do acesso chamou a atenção de todos.

A F1 confirmou o que já se falava algumas semanas atrás: Barcelona será fechado ao público e sem cobertura pela F1TV e o quadro de tempos (live timing) no site. A Liberty disponibilizará um resumo no site da categoria no final do dia. Porém, a imprensa especializada terá acesso e poderá fazer a cobertura. Já no Bahrein, será um pacote completo: imagens da F1 TV, quadro de tempos e tudo mais com acesso no site.

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Causou certa estranheza quando este assunto apareceu. Afinal de contas, o público está extremamente curioso para ver os novos carros em ação. E as equipes estão conseguindo manter o mistério à medida que anunciam as datas de lançamento. Entretanto, não podemos esquecer que, além de ser uma competição esportiva, a F1 é um grande negócio...

Barcelona é um lugar em que as equipes gostam por conta da proximidade com as fábricas e suas características permitem que os carros possam ter diversas situações em um único circuito. Sem contar a possibilidade dos referenciais de trabalho de anos anteriores. Querendo ou não, com a restrição crescente de testes privados, Barcelona tornou-se o lugar onde a F1 mais andou nos últimos anos.

Mas porque então fazer esta primeira semana quase de portões fechados? Inicialmente, o motivo é dinheiro. O Bahrein paga muito bem para poder sediar a F1. E como a primeira etapa da temporada será lá mesmo, esta sessão acaba sendo um grande teste para sistemas e transmissão. Junta-se o útil ao agradável.

Barcelona acabará tendo o papel de ser o lugar onde os times farão o “trabalho sujo” das primeiras verificações de sistemas e validação de dados obtidos nas simulações (festival de “grelhas” e flow-vis). Como dito antes, todos tem uma montanha de dados para comparação. Sem contar que, em um quadro em que os carros são radicalmente novos conceitualmente, as fábricas ficam mais próximas e qualquer problema pode ser mais facilmente resolvido, uma peça nova chega mais rápido. No Bahrein, as equipes já deverão ir com os pacotes praticamente definidos para a primeira prova. 

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Quem sabe, numa dessa, poderemos ver situações como 2019, em que a Mercedes trouxe configurações completamente diferentes entre sessões de teste. A Alpine já soltou no ar que consideraria usar um modelo provisório em Barcelona para poder testar o novo motor, inteiramente novo. 

Em todo caso, a F1 consegue faturar mais um pouco e a Liberty Media fica mais contente. Mas haja mais desgaste para pilotos e equipes, que já terão de lidar, em princípio, com 23 provas ao longo do ano.

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