F1: As armas da Mercedes e da Red Bull para a Bélgica

Na volta das férias da categoria, as duas equipes entram na pista para mais uma briga acirrada pelo título de 2021

28 ago 2021 - 17h00
Verstappen e Hamilton: a briga será direta entre esses dois na Bélgica.
Verstappen e Hamilton: a briga será direta entre esses dois na Bélgica.
Foto: Red Bull e Mercedes / Divulgação

Dentre todas as curiosidades que abrangem o GP da Bélgica, uma delas remonta à batalha acontecida nas Ardenas (região onde se localiza o circuito de Spa-Francorchamps, que completou 100 anos) entre as tropas aliadas e os alemães. Mais de 70 anos depois, uma nova briga acontece nas florestas belgas.

As férias acabaram fazendo bem. Por três semanas, as equipes não puderam trabalhar diretamente em seus carros. A Red Bull veio disposta e interromper a maré de azar que a assombrou na Inglaterra e Hungria. Principalmente após Silverstone, onde a equipe assumiu uma postura bastante ofensiva em relação a Hamilton e a Mercedes, o que levou a um aumento da impopularidade junto ao público.

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Já a Mercedes entrou com uma pressão um pouco menor. A equipe recuperou a liderança nos construtores e Hamilton ultrapassou Verstappen. Embora tenha se retornado à posição habitual, o trabalho não foi reduzido.

Para a Bélgica, as equipes têm que buscar um equilíbrio entre velocidade e equilíbrio. Spa-Francorchamps é uma daquelas pistas de “espírito”, com trechos que exigem potência de motor e um chassi equilibrado. Pender para algum lado pode significar o fracasso. Sem contar a possibilidade do tempo instável, o que aconteceu sexta e sábado: uma sexta-feira seca e um sábado extremamente encharcado.

Como já falado em verso e prosa aos quatro ventos, a Red Bull é um carro típico de Adrian Newey: uma aerodinâmica extrema. A equipe não abriu mão do desenvolvimento e, graças à filosofia de uma traseira mais alta (“rake elevado”), a pressão aerodinâmica é grande e permite usar asas menores, sem prejuízo da aderência. A comparação com a Mercedes neste aspecto é gritante, com os alemães com asas maiores para gerar apoio.

Um dos trunfos também é a melhoria do motor Honda. Mas o fato de terem chegado ao limite regulamentar de peças, leva a ter que lidar com muito cuidado a gestão das unidades. Neste momento em que faltam ainda 11 etapas para o final do campeonato, a possibilidade de uma penalidade é bem considerável. Na melhor das hipóteses, 10 posições seriam perdidas no grid.

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A Mercedes confia na capacidade de Lewis Hamilton e na força do conjunto que vem dando certo desde 2014. Além disso, as mudanças introduzidas no W12 em Silverstone, embora pontuais, permitiram abrir um pouco mais de espaço para acertos e mais desempenho. Outro ponto foi o acerto no motor, que liberou a possibilidade de um uso mais agressivo nas últimas provas. Para a Bélgica, os pilotos trocaram as unidades, o que pode permitir usar um pouco mais além do bom senso.

A situação ficou mais complicada após a qualificação. Com a punição de Bottas por conta do “strike” da Hungria, Hamilton terá que ir de cara limpa para cima de Verstappen. E o holandês também irá para o “mano a mano” pois não terá Perez muito perto. Um elemento que poderá pesar nesta equação será George Russell, que aproveitou a pista encharcada, e colocou sua Williams na segunda posição (a última vez que isso aconteceu foi com Lance Stroll na Itália 2017). Ricciardo conseguiu se colocar em quarto e também pode ser mais um fator para deixar o cenário mais imprevisível.

A previsão para a corrida é de 60% é de chuva. Neste ponto, a Red Bull pareceu em melhor condição no curto prazo, pois a Mercedes mostrou mais uma vez a sua dificuldade em esquentar os pneus. Mas no geral, os alemães têm uma melhor gestão da borracha.

Entretanto, em uma disputa tão acirrada, este ponto pode ser crucial para a definição do vencedor. Se a corrida for no seco, as simulações mostram que a Mercedes estaria em melhor situação, embora os taurinos tenham feito uma aposta em aerofólios de perfil baixo (os mesmos de Baku) para ganhar velocidade nos setores 1 e 2.

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A equação é complicada. Os concorrentes estão muito próximos. Se tivesse que apostar em alguém, seria em Verstappen e Red Bull, mas por detalhes. O que pode atrapalhar a questão é a gestão dos motores, pois poderia se arriscar mais em um uso mais agressivo. Entretanto, a Mercedes não está morta e não ficou claro até onde a nova unidade de potência instalada para este GP estava contida.

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