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Última sondagem prevê mais extremistas no Parlamento europeu

As facções direitistas ou antieuropeias podem formar duas bancadas com pouco mais de cem assentos, predizem os pesquisadores

25 mai 2014 - 10h40
(atualizado às 10h41)
<p>Entre quinta-feira e domingo 28 países votarão em eleições para o Parlamento Europeu</p>
Entre quinta-feira e domingo 28 países votarão em eleições para o Parlamento Europeu
Foto: BBC News Brasil

Última análise oficial, feita pela ONG PollWatch, mostra enfraquecimento dos partidos de centro. Caso previsões se confirmem, grandes grupos de extrema direita podem se tornar quarta maior força no Parlamento Europeu.

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Até agora, a corrida entre as duas maiores forças políticas no Parlamento europeu parecia estar empatada. Contudo, segundo as mais recentes sondagens sobre as eleições que se concluem neste domingo, a distância entre conservadores e socialistas deve aumentar.

O grupo conservador-cristão do Partido Popular Europeu (PPE) pode alcançar 218 assentos, enquanto a Aliança Progressista dos Socialistas ficará com 201 – oito a menos do que nos prognósticos da semana anterior. Assim, nenhum dos dois grandes blocos alcançará maioria absoluta das 751 cadeiras na sede do Parlamento, em Estrasburgo, Bélgica.

Esses números são fornecidos pelo projeto europeu de pesquisa de opinião PollWatch2014. Seu diretor, Doru Frantescu, deduz que "o próximo Parlamento será significativamente mais polarizado". "Vamos ver mais extremos na ala de direita e de esquerda. Os grupos do centro vão ficar menores", prevê o executivo, que ainda aponta uma possível problemática na política prática e a formação de coalizões.

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Extrema direita em quarto lugar

As facções direitistas eurocéticas ou mesmo antieuropeias estarão mais fortes do que nunca, podendo formar duas bancadas com pouco mais de cem assentos, predizem os pesquisadores.

Os grupos extremamente nacionalistas e xenófobos – como a francesa Frente Nacional, de Marine Le Pen, e o Partido para a Liberdade (PVV), de Geert Wilders, da Holanda – deverão se unir aos extremistas de cinco outros Estados-membros, formando uma nova bancada de extrema direita, com 38 mandatos.

A já existente bancada nacionalista antieuropeia, de que faz parte o UK Independence Party (Ukip) de Nigel Farage, possivelmente crescerá, obtendo 66 assentos no Parlamento Europeu. A PollWatch acredita que o Movimento Cinco Estrelas, liderado pelo antieuropeu italiano Beppe Grillo, vai entrar para esse grupo.

Somado a uma outra bancada eurocética, a moderada, com cerca de 45 mandatos, os grupos de opositores à UE e nacionalistas chegariam, assim, a algo entre 150 e 165 assentos. Isso os tornaria a quarta maior força dentro do novo Parlamento Europeu, com um quinto de todos os deputados.

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Os verdes e os liberais perderão boa parte de sua base eleitoral. E a sondagem indica que a extrema esquerda dobrará sua bancada, alcançando 55 cadeiras. A tendência é garantida pelos partidos esquerdistas de protesto do Sul da Europa: a Coligação da Esquerda Radical (Syriza), da Grécia, e a Esquerda Unida (IU), da Espanha, que prosperaram graças à crise do euro.

Pouca margem para surpresas

A última pesquisa de boca de urna da PollWatch2014, realizada na véspera do início do pleito, na quinta-feira, no Reino Unido, apresentou tendências estáveis, não devendo ocorrer mais grandes oscilações, acredita o diretor Doru Frantescu.

Para ele, entre os países que contam com maior número de eurocéticos estão a França, o Reino Unido e a Holanda, onde os partidos estabelecidos perderam terreno considerável. Assim, a Frente Nacional domina entre os franceses, e na Inglaterra o Ukip se encontra à frente do Partido Trabalhista e dos demais.

"Essas são duas delegações eurocéticas bem grandes, de países grandes", resume. Nos Países Baixos, o PVV igualmente poderá se afirmar como primeira ou segunda facção mais forte, em pé de igualdade com os partidos da coalizão de governo, estima Doru Frantescu.

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Por ocasião dos últimos prognósticos publicados antes do início do pleito, os especialistas do instituto de pesquisa ainda não conseguiam dizer com exatidão em qual desses grupos se posicionará o eurocrítico moderado Alternativa para a Alemanha (AfD). Quase certo é que ele não deverá se unir aos de extrema direita, e que só conquistará uns poucos assentos.

Uma possibilidade é que, assim como os nacionalistas flamengos da Bélgica, a AfD venha a se associar aos Conservadores e Reformistas Europeus. Segundo as projeções, esse grupo promete entrar para o Parlamento com 45 deputados de sete países.

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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