Após um julgamento que durou cerca de cinco horas, os pais dos gêmeos Wagner Wesley da Silva e Mary Diane da Silva, que faleceram asfixiados dentro de um carro em Júlio de Castilhos, foram absolvidos por ausência de autoria. O veredito foi comunicado pelo juiz Roberto Nazário por volta das 14h30min, após deliberação do júri composto por três homens e duas mulheres.
Durante o julgamento, a mãe das crianças, Liliane Soares da Silva, esteve presente, mas se retirou após alguns minutos alegando condições emocionais. O pai, Clemar Silveira da Silva, não compareceu, e nenhuma testemunha foi chamada.
O Ministério Público (MP) modificou a classificação do caso para homicídio culposo, sem intenção de matar, e a defesa corroborou essa versão, admitindo o descuido dos réus. O trágico incidente ocorreu em 24 de janeiro de 2016, quando as crianças, de quatro anos de idade, foram encontradas sem vida dentro do veículo da família, em um dia de calor intenso.
A investigação da Polícia Civil concluiu que as crianças morreram por asfixia devido ao ambiente pouco oxigenado dentro do carro, com temperaturas atingindo 40°C. A mãe, na época com 27 anos, relatou ter deixado os filhos no sofá enquanto tomava banho e, ao sair, não os encontrou. Mais tarde, foram localizados desacordados dentro do veículo.
Embora tenham sido indiciados inicialmente por homicídio doloso, com intenção de matar, o tribunal absolveu os pais das acusações. O casal, que não está mais junto, permanece morando em municípios diferentes.