Um terço dos funcionários da ONU já sofreu assédio sexual

Relatório analisou episódios nos últimos dois anos

16 jan 2019 - 16h53
(atualizado às 17h27)

Mais de um terço dos funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) já sofreu moléstias sexuais alguma vez nos últimos dois anos. O número foi divulgado hoje (16) pela própria ONU, que decidiu investigar o índice de casos de abusos sexuais dentro da entidade. Mais de 30 mil pessoas, que representam cerca de 17% do quadro geral de funcionários, foram entrevistadas.

Ao todo, 33% responderam que sofreram alguma importunação nos últimos dois nos. Entre os casos relatados, estão comentário sexuais ofensivos, insinuações sobre o corpo ou atividades sexuais, assim como gestos considerados inapropriados. Considerando todo o tempo de carreira dentro da ONU, o índice vai para 38,7%.

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Ex-presidente Michel Temer discursa na Assembleia Geral da ONU, em setembro de 2017
19/09/2017
REUTERS/Lucas Jackson
Ex-presidente Michel Temer discursa na Assembleia Geral da ONU, em setembro de 2017 19/09/2017 REUTERS/Lucas Jackson
Foto: Reuters

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, definiu o índice como "moderadamente baixo", mas ressaltou que é preciso melhorá-lo. "Isso me diz duas coisas: em primeiro lugar, que ainda temos um longo caminho para percorrer antes de discutir abertamente o abuso sexual. Em segundo lugar, que também pode existir um sensação de desconfiança, uma percepção de inatividade e de falta de responsabilidade".

Dos entrevistados, metade relatou que a importunação sexual ocorreu dentro dos escritórios. Outros 17% disseram que sofreram algum tipo assédio em eventos sociais relacionados ao trabalho. "O relatório contém estatísticas que nos fazem refletir, mas também evidenciam que isso deve mudar para que possamos ter um lugar de trabalho livre de assédio para todos", disse Guterres.

"Como organização fundada em igualdade, dignidade e direitos humanos, devemos dar o exemplo". A pesquisa, conduzida pela consultoria Deloitte, ocorre devido à campanha mundial do #MeToo.

  
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