Tribunal adia sentença contra Berlusconi pela 6ª vez

Ex-premiê é acusado de corrupção de testemunhas

15 abr 2021 - 13h02
(atualizado às 13h11)

O Tribunal de Siena adiou nesta quinta-feira (15), pela sexta vez, a audiência que deve anunciar a sentença contra o ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi em um processo por corrupção de testemunhas.

Berlusconi em uma de suas últimas aparições públicas, em fevereiro de 2021
Berlusconi em uma de suas últimas aparições públicas, em fevereiro de 2021
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Berlusconi está internado em um hospital de Milão desde 6 de abril, dois dias antes da data anterior da audiência. O tribunal acatou um pedido da defesa do ex-premiê e remarcou a sessão para a próxima quinta (22).

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Os advogados, no entanto, ainda não explicaram publicamente qual o problema de saúde enfrentado por Berlusconi, que, segundo a versão oficial, foi internado para a realização de exames após uma consulta de rotina.

Um documento apresentado pela defesa e assinado melos médicos Alberto Zangrillo e Lorenzo Dagna, do Hospital San Raffaele, indica pelo menos dois meses de "impedimento".

O ex-primeiro-ministro de 84 anos já está em sua quarta internação apenas neste ano, sendo que outras duas também ocorreram às vésperas de audiências de processos por corrupção de testemunhas, casos apelidados na Itália de "Ruby ter".

Em Siena, Berlusconi é acusado de subornar Danilo Mariani, pianista que participava das festas em suas mansões (chamadas de "bunga-bunga"), para induzi-lo a prestar falso testemunho sobre noitadas com prostitutas. O Ministério Público pediu a condenação do ex-premiê a quatro anos e dois meses de prisão.

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O caso "Ruby ter" também possui ramificações em outras cidades da Itália, incluindo Milão, onde Berlusconi já é réu. Esses inquéritos nasceram do processo "Ruby", no qual o ex-primeiro-ministro foi absolvido dos crimes de prostituição de menores e abuso de poder.

O nome faz referência à modelo ítalo-marroquina Karima el Mahroug, a Ruby, pivô do escândalo sexual que abalou a imagem de Berlusconi. Entre 2010 e 2014, o ex-premiê teria gastado mais de 10 milhões de euros para manipular testemunhas em seus julgamentos, segundo o Ministério Público.

Berlusconi já foi condenado em última instância por fraude fiscal, pena descontada com um ano de serviços sociais, e hoje é deputado do Parlamento Europeu.  

  
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