"Só vocês sabem" se fizemos o suficiente, diz memorial a geleira na Islândia

22 jul 2019 - 16h31
(atualizado às 16h34)

A primeira geleira da Islândia que desapareceu devido à elevação das temperaturas deve ser lembrada com uma homenagem que terá um alerta sombrio sobre o impacto da mudança climática se o mundo não agir a tempo.

Gelo flutua em lago com a geleira Solheimajokull ao fundo, que já registrou redução de mais de 1 km desde que começou a ser feita a medição anual em 1931, na Islândia 16/10/2015  REUTERS/Thibault Camus/Pool
Gelo flutua em lago com a geleira Solheimajokull ao fundo, que já registrou redução de mais de 1 km desde que começou a ser feita a medição anual em 1931, na Islândia 16/10/2015 REUTERS/Thibault Camus/Pool
Foto: Reuters

"Nos próximos 200 anos, todos as nossas geleiras devem seguir o mesmo caminho", diz uma placa que será colocada no mês que vem perto de Okjokull, também conhecida como Geleira Ok, até desaparecer em 2014.

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"Este monumento é para reconhecer que sabemos o que está acontecendo e o que precisa ser feito. Só vocês sabem se o fizemos", diz o texto em inglês e islandês, sob as palavras "Uma carta para o futuro".

Os islandeses chamam seu país de "Terra do Fogo e do Gelo" pela paisagem de vulcões e geleiras, imortalizadas na literatura. Mas as geleiras estão derretendo, e os cientistas afirmam que as temperaturas globais em elevação são as culpadas.

"Este será o primeiro monumento a uma geleira perdida pela mudança climática em qualquer parte do mundo", disse a antropóloga Cymene Howe, da Universidade Rice, em Houston, que fez um documentário de 2018 sobre o desaparecimento da geleira.

"Ao registrar o desaparecimento de Ok, esperamos chamar a atenção para o que está sendo perdido enquanto as geleiras da Terra somem."

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O derretimento das geleiras é um prenúncio das mudanças profundas nos padrões climáticos da Islândia, fluxos de água, flora e fauna, de acordo com serviço meteorológico islandês.

"Com este memorial, queremos ressaltar que cabe a nós, os que estamos vivos, responder coletivamente ao rápido desaparecimento de geleiras e aos impactos contínuos da mudança climática", disse Howe em um comunicado anunciando o memorial, que será inaugurado no dia 18 de agosto.

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