A farmacêutica francesa Sanofi anunciou nesta terça-feira (28) que vai interromper os estudos de desenvolvimento da vacina anti-Covid com base na tecnologia de RNA mensageiro (mRNA).
Atualmente, o imunizante já havia apresentado resultados positivos nas fases 1 e 2 - que testam a segurança e a resposta do sistema imune - e iria iniciar a fase 3, que testa a eficácia contra o coronavírus Sars-CoV-2 em um grupo de milhares de pessoas.
Em declaração ao jornal "Le Monde", o vice-presidente da Sanofi, Thomas Triomphe, afirmou que a situação atual "mostra que não há mais a necessidade da saúde pública para outra vacina de mRNA", que é a mesma tecnologia usada pelas fórmulas da Pfizer/BioNTech e Moderna, amplamente usadas na Europa.
Por isso, a empresa irá concentrar esforços no desenvolvimento da vacina anti-Covid com proteínas recombinantes e adjuvantes, em uma produção em parceria com o grupo britânico GlaxoSmithKline (GSK). A pesquisa já está na fase 3 e deve finalizar os estudos no quarto trimestre.
Pesquisas vêm mostrando que a combinação de vacinas produzidas com tecnologias diferentes consegue ampliar ainda mais a proteção contra o coronavírus Sars-CoV-2.
Triomphe ainda afirmou ao jornal que a farmacêutica continuará a investir na tecnologia de RNA mensageiro - usada pela primeira vez em larga escala por conta da pandemia de Covid-19 - para "ajudar a França e a Europa a terem um arsenal de vacinas de mRNA em uma próxima pandemia ou para outras doenças".
Em setembro de 2020, a União Europeia anunciou que tinha firmado um contrato com a Sanofi/GSK para a compra de 300 milhões de doses do imunizante.
À época, foi o segundo acordo formal firmado pelo bloco europeu - que fechou oito ao todo. Não houve informações sobre o que acontecerá com esse pacto. .