O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, saiu neste domingo (30) em defesa da capitã Carola Rackete, presa na Itália por "violência contra navio de guerra" ao forçar a entrada no porto de Lampedusa de uma embarcação com 40 migrantes.
Steinmeier reconheceu que a legislação italiana pode definir quando um navio é autorizado a atracar ou não, mas ressaltou que o país não é um "Estado qualquer". "A Itália está no centro da União Europeia, é um Estado fundador da UE. E é por isso que esperamos que trate um assunto do tipo de modo diverso. Aqueles que salvam vidas humanas não são criminosos", disse Steinmeier à emissora ZDF.
Rackete está em regime domiciliar e pode pegar até 10 anos de prisão por ter espremido um barco da Guarda de Finanças da Itália contra um cais no porto de Lampedusa. Ela também é investigada por favorecimento à imigração clandestina.
A capitã trabalha para a ONG alemã Sea Watch, cujo navio está registrado na Holanda. O ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini exigia que os migrantes fossem levados para esses dois países, embora normas das Nações Unidas (ONU) determinem que pessoas resgatadas no mar sejam transferidas para o "porto seguro" mais próximo.
O navio da Sea Watch salvara 53 pessoas em 12 de junho, e 13 delas receberam permissão para desembarcar na Itália por motivos médicos. As outras 40 só deixaram a embarcação após 17 dias de espera, quando Rackete forçou a entrada em Lampedusa.
Salvini proibiu navios de ONGs de atracarem em portos italianos e impôs multas de até 50 mil euros para quem violar a regra.