A polícia de Hong Kong prendeu na manhã desta sexta-feira (30) pelo menos três ativistas do movimento pró-democracia no território, entre eles Joshua Wong e Agnes Chow.
Segundo a imprensa local, citando autoridades, os dois líderes partidários foram acusados de realizar "reunião ilegal" e detidos para prestarem depoimento na sede da polícia em Wan Chai.
Além deles, o ativista Andy Chan também foi preso na noite desta quinta-feira (29) após ser impedido de embarcar em um avião para o Japão no aeroporto de Hong Kong. Ele foi acusado de provocar um motim e agredir um agente da polícia. Os três são considerados as principais figuras dos movimentos contra o governo do território nos últimos anos. Wong, por sua vez, ficou conhecido por ser um dos líderes das manifestações que paralisaram a região em 2014, na chamada "Revolução dos Guarda-Chuvas".
De acordo com o partido dele, o Demosisto, Wong foi levado em um carro sem identificação. A polícia, no entanto, não comentou o caso. As prisões foram denunciadas em Hong Kong como uma tentativa da China de silenciar a oposição, depois que a manifestação agendada para este sábado foi proibida. A decisão das autoridades foi justificada à Frente Cívica de Direitos Humanos (FCDH) por razões de segurança. Segundo a medida, quem desobedecer poderá enfrentar até cinco anos de prisão. Após a proibição, os organizadores do ato retiraram a convocação do protesto para evitar um agravamento da situação. A série de protesto em Hong Kong teve início em junho e foi realizada contra uma proposta de lei do governo que permitiria extradições judiciais para a China continental, acusada de reduzir a autonomia da antiga colônia britânica em favor de uma maior interferência de Pequim.