Talibã mata parente de jornalista de TV alemã no Afeganistão

Outro familiar do repórter ficou gravemente ferido na ação, informou Deutsche Welle

20 ago 2021 - 09h07
(atualizado às 09h18)
Combatente do Talibã armado em Kandahar, segunda cidade mais populosa do Afeganistão
Combatente do Talibã armado em Kandahar, segunda cidade mais populosa do Afeganistão
Foto: EPA / Ansa

Os talibãs mataram um familiar de um jornalista da empresa de notícias alemã Deutsche Welle, informou a empresa nesta sexta-feira, 20. Outro parente do funcionário ficou gravemente ferido na ação.

Segundo a DW, o repórter está trabalhando na Alemanha, mas os islamistas foram à casa da família no Afeganistão para procurar pelo profissional, que teve a identidade preservada. "Outros membros da família do jornalista conseguiram escapar no último minuto e estão em fuga", diz a emissora.

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"O assassinato de um parente próximo de um de nossos editores pelo Talibã é uma tragédia inconcebível e exemplifica o grave perigo no qual todos os profissionais e suas famílias no Afeganistão se encontram. Está claro que o Talibã já realiza buscas sistemáticas por jornalistas, tanto em Cabul quanto nas províncias. Nosso tempo está se esgotando", diz o diretor-geral da DW, Peter Limbourg.

Apesar do discurso moderado, diversos são os relatados de jornalistas afegãos que foram mortos ou desapareceram durante a tomada de poder pelo grupo fundamentalista nas últimas semanas.

Já as mulheres, que eram proibidas de atuarem como jornalistas pelo regime islâmico, também temem represálias.

Além dos profissionais, o grupo está procurando "casa a casa" civis que ajudaram como intérpretes tanto a imprensa como os militares ocidentais - apesar de terem prometido uma "anistia geral". Na última quarta-feira, 18, um vídeo publicado nas redes sociais mostra membros do grupo extremista agredindo um tradutor na rua e o colocando em uma caminhonete com destino desconhecido.

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O DW também publicou que um desses tradutores, Andadullah Hamdadr, que ajudava os profissionais do jornal alemão Die Zeit, foi assassinado na rua no dia 2 de agosto, por "aparentemente, militantes do Talibã".

Na terça-feira, 17, durante sua primeira coletiva oficial, um porta-voz do grupo disse que o novo governo não seria tão repressivo como foi entre os anos de 1996 e 2001, que permitiria que as mulheres pudessem estudar e trabalhar e que não queria "mais inimigos nem internos nem externos". No entanto, conforme a semana foi passando, diversas foram as imagens e as denúncias de assassinatos e de forte repressão de pessoas que protestavam contra o novo regime.

  
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