Erdogan diz que Turquia não quer aumentar a tensão com a Rússia

25 nov 2015 - 08h23

A Turquia não tem intenção de aumentar a tensão com a Rússia, apesar de ter abatido um avião militar russo na terça-feira, mas protegerá suas fronteiras e as comunidades que falam turco na Síria, afirmou nesta quarta-feira o presidente do país, Recep Tayyp Erdogan.

"Ninguém pode esperar que fiquemos mudos e imóveis quando estão violando continuamente a segurança de nossa fronteira, mas não temos, claro, intenção de aumentar a tensão", afirmou Erdogan.

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"Foi derrubado um avião que violava nosso espaço aéreo após muitas advertências. Depois, soubemos que era russo pelas declarações deles e avisamos imediatamente à ONU e à OTAN", disse o presidente.

Erdogan reiterou que na região ao norte de Latakia, uma cidade portuária sob o controle do regime de Bashar al Assad, não há a presença do Estado Islâmico (EI). A zona onde o avião caiu é habitada por turcomanos, uma minoria síria que fala turco descrita por ele como "irmãos étnicos" dos turcos.

O presidente lembrou que a Turquia advertiu a Rússia "em várias ocasiões e por vários canais" sua preocupação sobre intervenções na região noroeste da Síria. A ação teria provocado, segundo Erdogan, um fluxo de refugiados turcomanos em direção à fronteira turca.

De fato, Ancara tinha convocado na última quinta-feira o embaixador russo na Turquia para protestar contra os bombardeios contra os turcomanos na mesma região.

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Erdogan descreveu pela primeira vez os detalhes do incidente de ontem, explicando que dois aviões de nacionalidade desconhecida se aproximaram da fronteira turca perto da cidade de Yayladag, no sul da província de Hatay, e que os dois pilotos turcos enviaram dez advertências em cinco minutos.

"Após as advertências, um dos aviões retornou à Síria e o outro continuou violando nossa fronteira. Então, nossos caças F-16 que patrulhavam a região abriram fogo enquanto ele estava em nosso espaço aéreo", disse o presidente.

"O avião caiu na Síria, mas algumas partes foram parar no nosso território e por esse motivo há dois cidadãos nossos feridos", afirmou Erdogan, um detalhe que até agora não tinha sido divulgado pela imprensa turca.

  
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