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Netanyahu enfrenta dilema político entre trégua em Gaza e ataque a Rafah

29 abr 2024 - 12h04

Os aliados de extrema-direita do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, estão aumentando a pressão sobre o líder para que ele rejeite um novo cessar-fogo em Gaza, colocando em risco a estabilidade de seu governo caso recue de um ataque ao grupo militante palestino Hamas em Rafah.

Representantes do Hamas viajaram ao Cairo nesta segunda-feira, à medida que mediadores intensificam os esforços para um acordo de cessar-fogo antes da ameaça de invasão israelense em Rafah -- uma área na fronteira do enclave com o Egito onde cerca de um milhão de palestinos deslocados pela campanha militar de Israel em Gaza estão abrigados.

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Mas Israel diz que quatro batalhões remanescentes do Hamas estão entrincheirados lá -- depois de mais de seis meses de guerra desencadeada pelo ataque transfronteiriço do grupo em 7 de outubro -- e que os atacará após retirar os civis.

No entanto, se um cessar-fogo for acordado, os planos de ataque serão arquivados em favor de um "período de calma contínua", de acordo com uma fonte informada sobre as negociações, durante o qual algumas dezenas de reféns do Hamas serão libertados em troca de prisioneiros palestinos.

No domingo, o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, pediu a Netanyahu que não recuasse de uma ofensiva terrestre contra o Hamas em Rafah, mesmo com o premiê enfrentando a pressão de aliados internacionais para descartar os planos de ataque devido ao risco de grandes baixas civis e de um desastre humanitário.

Um cessar-fogo seria uma derrota humilhante, disse Smotrich em um vídeo que ele divulgou para a imprensa e endereçou a Netanyahu. Se ele não conseguir acabar com o Hamas, "um governo chefiado por você não terá o direito de existir", disse ele.

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Smotrich foi rapidamente seguido pelo ministro da Polícia, Itamar Ben-Gvir, que compartilhou no X uma observação feita em 30 de janeiro durante uma rodada anterior de negociações de cessar-fogo: "Lembrete: Um acordo irresponsável = a dissolução do governo".

O gabinete de Netanyahu e seu partido conservador Likud não emitiram uma resposta às declarações dos ministros. Seus porta-vozes não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto nesta segunda-feira.

De outro lado do governo, Benny Gantz, um ex-ministro da Defesa centrista que se juntou ao gabinete de guerra de emergência de Netanyahu em outubro, fez sua própria repreensão, dizendo que a libertação dos reféns tinha prioridade sobre um ataque a Rafah.

A rejeição de um acordo responsável que garantiria a libertação dos reféns, disse Gantz em um comunicado, tiraria qualquer legitimidade do governo -- dada a falha de segurança de 7 de outubro e o clamor em Israel pelo retorno dos reféns.

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Sucessivas pesquisas de opinião têm mostrado a acentuada perda de popularidade de Netanyahu com o ataque do Hamas em 7 de outubro -- o pior contra judeus desde o Holocausto e o dia mais mortal de Israel. Segundo os levantamentos, sua atual coalizão enfrenta uma derrota eleitoral retumbante.

Ao mesmo tempo, o premiê mais longevo de Israel está sendo julgado por acusações de corrupção, nas quais ele nega qualquer irregularidade, e enfrenta protestos crescentes sobre sua conduta na guerra.

As famílias de alguns reféns têm se tornado cada vez mais francas contra Netanyahu, acusando-o de colocar sua própria sobrevivência política à frente do destino de seus entes queridos. O premiê nega veementemente a acusação e diz que está fazendo todo o possível para garantir a libertação dos reféns, o que, segundo ele, tem sido dificultado pelo Hamas.

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