Mais de 220 mil mulheres são assediadas em transportes públicos na França, indica estudo

21 dez 2017 - 19h54
(atualizado às 20h54)

Por Zoe Tabary

Passageira aguarda metrô em estação Arts et Metiers em Paris, França 
14/12/2017 REUTERS/Gonzalo Fuentes
Passageira aguarda metrô em estação Arts et Metiers em Paris, França 14/12/2017 REUTERS/Gonzalo Fuentes
Foto: Reuters

LONDRES (Thomson Reuters Foundation) - Mais de 220 mil mulheres foram assediadas sexualmente em transportes públicos na França durante dois anos, informou a agência nacional de estatísticas de crimes em seu primeiro relatório sobre o assunto, descrevendo-o como uma "estimativa conservadora".

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O escândalo envolvendo o produtor de cinema Harvey Weinstein nos Estados Unidos acelerou uma reanálise de atitudes acerca de assédio sexual na França, um país que aprecia sua autoimagem como terra da sedução e do romance.

"Embora o público foque principalmente em violência doméstica, violência sexual cometida nas ruas, no transporte público ou em outros lugares públicos é tão séria quanto, e merece mais atenção", informou o relatório.

O Observatório Nacional de Crime e Justiça Criminal da França (ONDRP) descobriu que 267 mil pessoas - sendo 85 por cento delas mulheres - foram assediadas sexualmente em transportes públicos entre 2014 e 2015, incluindo beijos, apertos, exibições e estupros.

Esta é a primeira vez que o ONDRP, que publica uma pesquisa anual sobre insegurança, focou em assédio sexual em transportes públicos.

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Paris foi eleita a terceira cidade mais amigável para mulheres em uma pesquisa da Thomson Reuters Foundation publicada em outubro e ranqueada a quarta menos arriscada para violência sexual.

Mas assédios continuam prevalecendo, muitos nas redes sociais.

"Eu recebi cuspes, fui chamada de prostituta... e em uma manhã apalpada por dois homens rindo em um metrô lotado", disse Siobhán Dowling no Twitter, descrevendo seu período em Paris quando estudante. "O nível de assédio diário é chocante".

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