Itália declara apoio a sanções da UE contra ministros de Israel

Vice-premiê definiu situação na Faixa de Gaza como 'carnificina'

18 set 2025 - 11h24
(atualizado às 11h36)

O governo da Itália declarou nesta quinta-feira (18) apoio à proposta da União Europeia de sancionar ministros extremistas de Israel por conta de posicionamentos sobre a guerra na Faixa de Gaza e a Cisjordânia ocupada.

Vice-premiê Antonio Tajani participa de audiência no Senado italiano
Vice-premiê Antonio Tajani participa de audiência no Senado italiano
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Em audiência no Senado, o vice-premiê italiano e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, disse que as ações do governo de Benjamin Netanyahu "ultrapassaram há tempos o limite da reação proporcional, violando os princípios fundamentais do direito internacional humanitário".

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"A propósito das sanções que serão propostas pela Comissão Europeia aos Estados-membros, continuamos a apoiar com convicção cada nova medida contra o Hamas e somos favoráveis a adotar novas sanções contra colonos violentos e ministros [israelenses] que assumiram posições inaceitáveis tanto sobre Gaza quanto sobre a Cisjordânia", reforçou Tajani.

A UE ainda não deixou claro quais ministros podem ser afetados pelas punições, que precisarão de aval unânime dos países-membros, porém os principais candidatos são Itamar Ben-Gvir (Segurança Nacional) e Bezalel Smotrich (Finanças), já proibidos de entrar em alguns Estados do bloco, como Eslovênia, Espanha e Holanda, bem como na Austrália, no Canadá, na Nova Zelândia e no Reino Unido.

Ambos já incentivaram atos de violência de colonos judeus contra comunidades palestinas na Cisjordânia ocupada e defenderam publicamente a limpeza étnica de Gaza e o bloqueio à entrada de ajuda humanitária no enclave.

"Repito com a máxima clareza: somos firmemente contra qualquer ideia de transferência forçada dos palestinos da Faixa de Gaza, bem como contra a ideia de anexar a Cisjordânia e os assentamentos. Condenamos declarações como as do ministro Smotrich, que chamou a Faixa de Gaza de 'mina de ouro imobiliária'", salientou o vice-premiê italiano, que definiu a situação no enclave como uma "carnificina".

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As falas de Tajani chegam poucas horas depois de a oposição de centro-esquerda ter obstruído os trabalhos no plenário da Câmara dos Deputados da Itália para exigir um posicionamento mais contundente do governo de Giorgia Meloni contra Israel.

"Queremos que o governo nos diga concretamente o que ele pretende fazer para parar essa desgraça, se pretende ficar ao lado daqueles que querem sancionar Israel ou não", afirmou o partido Movimento 5 Estrelas (M5S).

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