Itália concede cidadania e jovens que evitaram atentado

Ramy Shehata e Adam El Hamami estavam em ônibus escolar raptado

11 jun 2019 - 19h50
(atualizado às 19h59)

O governo da Itália aprovou nesta terça-feira (11) uma proposta para conceder cidadania a dois adolescentes filhos de imigrantes que evitaram um massacre de estudantes no último mês de março.

Matteo Salvini cumprimenta Adam El Hamami e Ramy Shehata, durante encontro no Ministério do Interior, em 27 de março
Matteo Salvini cumprimenta Adam El Hamami e Ramy Shehata, durante encontro no Ministério do Interior, em 27 de março
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Ramy Shehata e Adam El Hamami, filhos de imigrantes do Egito e do Marrocos, respectivamente, estavam com outros 49 jovens no ônibus escolar que foi sequestrado pelo motorista ítalo-senegalês Ousseynou Si, 47, para protestar contra as políticas migratórias do governo.

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O plano de Sy era levar o veículo até o Aeroporto de Linate, em Milão, mas Shehata e Hamami conseguiram esconder seus celulares do sequestrador e avisar a polícia. Ao ser cercado, o ítalo-senegalês furou o bloqueio das forças de segurança, perdeu o controle do ônibus e se chocou contra uma mureta.

Em seguida, Sy espalhou combustível pelo veículo e o incendiou, mas todos os estudantes escaparam em segurança. "Acredito que os jovens prestaram eminentes serviços a nosso país", escreveu na proposta o ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, que, logo após o sequestro, chegara a dizer que "não havia precedentes" para dar cidadania aos dois jovens.

Atualmente, filhos de imigrantes nascidos na Itália só se tornam cidadãos do país ao completar 18 anos, ainda que tenham passado toda a sua vida em solo italiano e falem o idioma fluentemente. "Ele ficará muito feliz, os dois mereciam muito", disse à ANSA a mãe de Hamami.

  
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