Frio mata 89 na Europa; cresce preocupação com gás russo
1 fev2012 - 17h16
O frio recorde em regiões do Leste Europeu elevou nesta quarta-feira para 89 o número total de mortes em decorrência das baixas temperaturas e obrigou a fornecedora de gás russa Gazprom a fazer uma advertência sobre o abastecimento para a Europa.
A Europa desfrutou um inverno relativamente brando até o último fim de semana, quando um sistema siberiano entrou no continente pelo leste.
Uma fonte na empresa que detém o monopólio das exportações de gás na Rússia, responsável por fornecer um quarto das importações de gás da Europa, disse que estava recebendo mais pedidos do que podia atender em razão do aumento da demanda na Rússia.
A companhia, entretanto, buscou tranquilizar os clientes. "Apesar do consumo de gás cada vez maior na Rússia em razão das fortes geadas, a Gazprom continua a cumprir suas obrigações contratuais com os clientes europeus", informou a empresa por email.
Na Ucrânia, 43 pessoas morreram nos últimos cinco dias, informou o Ministério das Emergências, no inverno mais frio registrado no país em seis anos. Durante a noite, as temperaturas chegaram a menos 33 graus Celsius e centenas de barracas com aquecimento foram montadas para abrigar os sem-teto.
"Eles dizem que fevereiro inteiro será frio, assim como a primeira quinzena de março; portanto, temos de nos preparar de alguma forma para isso", disse Victor, que vive nas ruas de Kiev.
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A rede de alerta meteorológico européia Meteoalarm (www.meteoalarm.eu) advertiu sobre condições "extremamente perigosas" em diversas partes do Leste Europeu, incluindo na Sérvia, onde uma quarta pessoa foi encontrada morta durante a noite nas montanhas de Suvobor, no sudoeste do país.
As forças de segurança de lá e da vizinha Bósnia têm usado helicópteros para levar suprimentos a áreas isoladas pela neve e resgatar os idosos. A previsão nos Bálcãs é que o tempo piore ao longo da semana.
A Meteoalarm informou que o frio intenso deve continuar em muitas regiões da Europa continental, incluindo na Alemanha e especialmente no sudeste europeu.
Em Moscou, onde as temperaturas durante o dia caíram para até menos 22 graus Celsius, os opositores do primeiro-ministro Vladimir Putin estavam preocupados com a possibilidade de o frio reduzir o comparecimento a um protesto contra ele no sábado, um mês antes de ele disputar a eleição presidencial.
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Homem usa um saco plástico para se proteger do frio enquanto pesca por uma abertura no gelo do rio Dnipro congelado, em Cherkasy, na região central da Ucrânia. As baixas temperaturas registradas na Europa castigam pessoas que não têm moradia. Só na Ucrânia, mais de 40 pessoas já morreram devido ao frio
Foto: AP
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Pescador se abriga em pequena barraca enquanto pesca no rio Dnipro, que fica congelado nessa época do ano, na Ucrânia
Foto: AP
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Os pescadores improvisaram para se proteger do frio intenso, com barracas e grandes sacos plásticos
Foto: AP
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Moradores de rua dormem embaixo da ponte Libensky, no distrito de Holesovice, em Praga, na República Checa
Foto: Reuters
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As mãos de um morador de rua, com feridas agravadas pelo frio intenso em Bucareste, na Romênia
Foto: Reuters
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Pessoas sem-teto comem em uma das tendas montadas recentemente na cidade de Lviv, na Ucrânia
Foto: AFP
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Homem enfrenta o frio enquanto dorme embaixo da ponte Hlavkuv, em Praga, na República Checa
Foto: Reuters
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Homem recebe abrigo em uma instituição do governo lotada de moradores de rua, em Bucareste, na Romênia
Foto: Reuters
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Morador de rua dorme sobre uma tábua em um abrigo lotado na cidade de Bucareste
Foto: Reuters
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Perto do grupo de sem-teto que dorme sob a ponte, gelo cobre lixeiras na capital da República Checa
Foto: Reuters
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Josef Houzvicka, 62 anos, um morador de rua, caminha por trilhos de trem após passar a noite em uma tenda montada por autoridades para servir de abrigo a sem-teto durante o inverno, em Praga, na República Checa, onde fez -14°C nesta quinta-feira
Foto: AP
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Anna Svrcinova, uma moradora de rua, passa as noites frias de Praga, na República Checa, em uma fábrica abandonada
Foto: AP
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Idosa ganha uma refeição de membros da Igreja Ortodoxa Russa, que fez um mutirão para ajudar pessoas pobres que sofrem com o frio na cidade de Stavropol, no sul da Rússia
Foto: Reuters
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Homem com ulceração nos pés causada pelo frio recebe atendimento médico em uma ambulância durante um evento de caridade para ajudar pessoas carentes, em Stavropol, na Rússia
Foto: Reuters
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Mulher pede esmolas sentada nas escadas de uma estação de metrô na capital da Bielorrússia, Minsk, onde fez -24°C nesta quinta-feira
Foto: Reuters
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Homem sem-teto que usa o esgoto como abrigo observa a rua de um bueiro, em Varsóvia
Foto: AFP
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Stanislaw, um morador de rua de Varsóvia, na Polônia, improvisa sua moradia nas galerias subterrâneas do sistema de esgoto da cidade para se abrigar do frio. Pelo menos nove pessoas morreram de hipotermia no país na última madrugada, o que eleva a 29 o número de vítimas do frio na Polônia desde a chegada da onda de ar polar, na última sexta-feira
Foto: AFP
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