Ex-ministro deixa liderança do PD por possível acordo com M5S

Carlo Calenda apresentou renúncia ao secretário Zingaretti

28 ago 2019 - 10h17

O ex-ministro do Desenvolvimento Econômico da Itália (2016-2018) Carlo Calenda renunciou ao cargo de líder do Partido Democrático (PD) nesta quarta-feira (28) em decorrência de uma possível aliança da legenda de centro-esquerda com o Movimento 5 Estrelas (M5S) para formar o novo governo do país. Em carta destinada ao secretário do PD, Nicola Zingaretti, e ao ex-primeiro-ministro italiano Paolo Gentiloni, Calenda informou que deixaria a posição executiva, mas "não a comunidade PD". "Serei coerente. Desde o primeiro dia em que me juntei ao Partido Democrático disse que não teria permanecido se houvesse um acordo com o M5S", afirmou o ex-ministro dos governos de Matteo Renzi e Gentiloni à rádio capital "Eu vou trabalhar para construir uma casa para aqueles que não se sentem representados por essa relação com os 5 Estrelas que nasce mal. Quando o PD quiser novamente lutar, espero para encontrar algumas pessoas na rua", acrescentou. Calenda ainda ressaltou que até "pode fazer acordos com aqueles que têm ideias diferentes, mas não aqueles com valores diferentes", principalmente depois que Luigi Di Maio anunciou sua intenção de submeter a proposta de governo entre os partidos a votação online na plataforma "Rousseau". "O PD percebe que o M5S vai apresentar o acordo para a plataforma Rousseau? Devemos permanecer pendurados no voto de uma plataforma privada que sempre consideramos uma aberração da democracia?", questionou. A decisão de Calenda, no entanto, foi lamentada pelo vice-secretário do PD, Andrea Orlando. "É uma decisão anunciada da qual só posso me arrepender. Calenda é uma personalidade importante, espero que haja condições para refletirmos", afirmou. Apesar de alguns entraves, o Partido Democrático e o M5S estão quase chegando a um acordo para formar uma coalizão para governar a Itália. A possível aliança irá retirar o vice-premier e ministro do Interior, Matteo Salvini, da Liga Norte, do poder e evitar a convocação de novas eleições.

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Foto: ANSA / Ansa - Brasil
  
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