Sindicatos franceses fazem protestos e greves contra cortes de gastos públicos

9 abr 2015 - 18h41
(atualizado às 18h41)

Os sindicatos franceses protestaram nesta quinta-feira contra cortes de gastos do governo, convocando paralisações e passeatas de servidores públicos que coincidiram com as greves de controladores de tráfego aéreo e funcionários da rádio estatal.

Trabalhador, vestido de Darth Vader, protesta em Paris. 09/04/2015.
Trabalhador, vestido de Darth Vader, protesta em Paris. 09/04/2015.
Foto: Benoit Tessier / Reuters

As marchas de protesto em todo o país e uma grande manifestação em Paris marcada para o período da tarde foram programadas para testar quanto apoio os sindicatos podem reunir contra a contenção de gastos que eles consideram que está minando o serviço público e o poder de compra em geral, prejudicando a segunda maior economia da zona do euro.

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Os protestos ocorrem um dia depois de o governo do presidente François Hollande dizer que espera um crescimento económico de apenas 1 por cento este ano, ressaltando que a recuperação do país permanece frágil.

Ele também reduziu sua previsão de crescimento de 1,7 por cento em 2016 e 1,9 por cento em 2017 para 1,5 por cento em cada ano, embora espere que o euro fraco, os preços do petróleo mais baixos e baixas taxas de juros ajudem a melhorar essas perspectivas.

Em um sinal encorajador, o Banco da França elevou sua estimativa para o crescimento do primeiro trimestre de 0,3 por cento para 0,4 por cento, em relação ao mesmo período no ano passado, citando forte demanda externa.

Não ficou clara qual será a dimensão dos protestos, culminando em uma manifestação pelas ruas de Paris à tarde. A grande confederação CFDT recusou-se a participar do chamado feito pelos outros sindicatos, argumentando que as economias que estão sendo feitas na França não são grandes o suficiente em comparação com as medidas de austeridades adotadas em países vizinhos, como a Espanha.

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Segundo o jornal Le Figaro, um membro do sindicato CGT disse que os funcionários da Torre Eiffel a manteriam fechada até as 18 horas (13 horas em Brasília).

O apelo a uma grande manifestação e paralisações em todo o setor público, incluindo professores de instituições do Estado, coincidiu com o segundo dia de uma greve de controle de tráfego aéreo e mais um dia na mais longa paralisação da rádio estatal da França por causa de uma reformulação interna.

Companhias aéreas como a Air France, easyJet e Ryanair disseram que tiveram que desfazer centenas de voos dentro e fora da França e para alguns destinos no restante da Europa porque os controladores protestam contra planos de mudança de condições de trabalho e aumento de sua idade de aposentadoria de 57 para 59 anos.

Na Radio France, uma entidade de serviço público que inclui duas orquestras, bem como uma rede de rádio nacional e local, a programação foi reduzida por causa da greve, que entrou na quarta semana.

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O governo de Hollande prometeu reduzir o déficit público até o final de seu mandato, em 2017, para que fique nos níveis acordados na UE. Mas ele insiste que está poupando o povo francês da austeridade drástica da Grécia, Espanha ou Irlanda.

(Reportagem de Mark John e Larry King)

((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))

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