Vários suspeitos detidos após o assalto ao Museu do Louvre em Paris, cujo valor do roubo é estimado em € 88 milhões (R$ 540 milhões), foram transferidos neste sábado (1°) para serem ouvidos pela Justiça francesa, no âmbito da investigação sobre esse roubo de repercussão mundial. Uma mulher de 38 anos foi formalmente acusada de cumplicidade e permanecerá detida.
A mulher, presa juntamente com outros quatro suspeitos na quinta-feira (30), no âmbito da investigação do roubo ao Louvre, foi indiciada por cumplicidade em roubo organizado e conspiração para cometer um crime ao comparecer perante um juiz desde a tarde de sábado.
A suspeita, moradora de La Courneuve, na região parisiense, permanecerá detida provisoriamente, conforme determinação do juiz.
Um dos cinco suspeitos detidos na quinta-feira, no entanto, foi liberado na sexta-feira (31) ao final de sua custódia policial por falta de acusações contra ele, informou a defesa do homem neste sábado à AFP. "Nesses casos de grande criminalidade, constatamos que as ondas de prisões se assemelham mais a redes de arrasto", lamentaram as advogadas.
Entre os suspeitos detidos esta semana está um suposto membro do grupo que cometeu o assalto em 19 de outubro, em menos de oito minutos, conforme detalhou a procuradora de Paris, Laure Beccuau. "Vestígios de DNA" o ligam ao roubo, afirmou ela.
As outras pessoas detidas "podem eventualmente nos fornecer informações sobre o desenrolar dos fatos", acrescentou a procuradora.
No dia 25 de outubro, dois homens foram presos, suspeitos de fazerem parte do grupo de quatro homens que esteve no museu. Um deles, detido em um aeroporto parisiense, estava prestes a embarcar para a Argélia. Os dois homens, de 34 e 39 anos, foram indiciados e colocados em prisão preventiva na noite de quarta-feira.
100 investigadores mobilizados no caso Louvre
A procuradora Beccuau destacou sua "determinação", assim como a dos cerca de cem investigadores mobilizados, em recuperar as joias roubadas e identificar todos os criminosos envolvidos. Ela admitiu, no entanto, na quinta-feira, que as joias ainda não foram encontradas.
Segundo ela, os investigadores estão explorando "diversos mercados paralelos", pois provavelmente os itens não aparecerão no mercado legal de obras de arte.
O caso provocou longos debates sobre a segurança do Louvre, o museu de arte mais visitado do mundo.
A ministra francesa da Cultura, Rachida Dati, revelou na sexta-feira as primeiras conclusões de uma investigação administrativa sobre a segurança do museu, apresentando um relatório bastante crítico. Ela apontou "uma subestimação crônica e estrutural do risco de intrusão e roubo" por parte do Louvre, "equipamentos de segurança insuficientes", uma governança "inadequada" e protocolos de resposta a roubos e intrusões "totalmente obsoletos".
No dia do assalto, os quatro criminosos conseguiram estacionar um caminhão com plataforma elevatória aos pés do museu, permitindo que dois deles subissem com a ajuda de uma cesta até a galeria onde são guardadas as joias da Coroa.
"Não podemos continuar assim", afirmou Rachida Dati."Vamos instalar barreiras contra carros-bomba e sistemas anti-intrusão", anunciou ela, garantindo que essas novas instalações estarão em funcionamento "antes do fim do ano".
Com informações da AFP