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Primeiro-ministro romeno renuncia após incêndio em discoteca

Victor Ponta diz esperar que entrega do mandato "satisfaça demandas de manifestantes", indignados após incidente que deixou mais de 30 mortos

4 nov 2015 - 10h41
(atualizado às 11h57)
Foto: ROBERT GHEMENT / EFE

O primeiro-ministro da Romênia Victor Ponta, anunciou, nesta quarta-feira (4), que renunciará ao cargo após protestos relacionados ao incêndio numa discoteca na semana passada, que deixou mais de 30 mortos.

"Estou entregando meu mandato, estou renunciando, e implicitamente, meu governo também", disse Ponta em um comunicado. Ele também falou que permanecerá no cargo até que um novo governo se forme. "Espero que entregar o meu mandato e o do meu governo satisfaça as demandas dos manifestantes."

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O presidente romeno, Klaus Iohannis, nomeará um primeiro-ministro para formar um novo governo, que precisa ser aprovado pelo Parlamento. Se isso falhar duas vezes, eleições antecipadas serão convocadas. As eleições parlamentares estão previstas para dezembro de 2016.

O prefeito do distrito de Bucareste, onde se localiza a discoteca incendiada, Cristian Popescu Piedone, também renunciou hoje, afirmando ser moralmente culpado pelo incêndio mais mortal da história da Romênia. "Assumo a culpa moral. Quanto à culpa legal, deixarei que a Justiça se pronuncie", disse Piedone.

A pressão sobre os políticos aumentou após protestos de grandes proporções na capital romena na noite da última terça-feira (3), com mais de 20 mil manifestantes apontando a corrupção desenfreada como a causa do incêndio de sexta-feira (30). Eles pediam a renúncia de Ponta, Piedone e do ministro do Interior, Gabriel Oprea, gritando "assassinos" e "vocês deveriam se envergonhar".

Foto: ROBERT GHEMENT / EFE

O governo romeno tem sido alvo de críticas há algum tempo, sendo percebido por muitos como corrupto. Mesmo antes do incêndio, Ponta já estava sendo pressionado pela oposição para renunciar, mas havia se recusado. Premiê desde 2012, ele está sendo julgado por evasão fiscal e lavagem de dinheiro, entre outras acusações.

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Segundo testemunhas, o fogo teve início durante um show de heavy metal na discoteca, localizada no subsolo, após uma faísca. As pessoas teriam corrido em pânico em direção à única saída. Até o momento, 32 pessoas morreram, e por volta de 130 ainda estão hospitalizadas – dezenas delas em estado grave ou crítico.

Três dos chefes da discoteca foram presos na segunda-feira (2), sob suspeita de homicídio culposo relacionado ao incêndio, que autoridade e testemunhas atribuíram a falhas de segurança. O local não tinha a autorização necessária para realizar shows ou apresentações pirotécnicas, segundo um representante do Ministério do Interior.

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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