Ministro reafirma a Assange compromisso do Equador de protegê-lo

16 jun 2013 - 18h25
(atualizado às 18h36)
Assange acusou o governo dos Estados Unidos de tentar "lavar" suas atividades de espionagem
Assange acusou o governo dos Estados Unidos de tentar "lavar" suas atividades de espionagem
Foto: AP

O ministro equatoriano das Relações Exteriores, Ricardo Patiño, reafirmou este domingo a Julian Assange o compromisso do governo equatoriano de continuar protegendo-o, em sua primeira visita ao fundador do WikiLeaks que na quarta-feira completará um ano refugiado na embaixada do país andino em Londres.

"Pude dizer a ele, cara a cara, que o governo do Equador continua firmemente comprometido a proteger seus direitos humanos e que seguimos buscando garantias para evitar qualquer outra extradição a um terceiro Estado", disse Patiño em declarações difundidas à imprensa da embaixada, onde continuava três horas depois de sua chegada.

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"Durante a reunião, pudemos falar sobre as ameaças crescentes contra a liberdade das pessoas para comunicar e conhecer a verdade, ameaças de alguns Estados que puseram toda a humanidade sob suspeita", acrescentou.

O chanceler, que na segunda-feira tentará buscar uma saída para o caso com o colega britânico William Hague, acrescentou que encontrou Assange "animado apesar das limitações de seu alojamento".

Assange disse que ambos mantiveram uma "reunião muito boa", em que o chanceler expôs "como ele e o governo equatoriano estão buscando ativamente uma solução" à sua situação, e se declarou "imensamente agradecido pelo apoio" que o presidente Rafael Correa, Patiño e o povo do Equador lhe dão há um ano.

Antes do encontro, Patiño e Assange se debruçaram em uma janela da delegação para saudar a centena de pessoas que se reuniu na rua para expressar seu apoio ao australiano e posaram para os fotógrafos conversando amigavelmente enquanto a multidão gritava em espanhol "Julian, amigo, o povo está contigo".

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O chanceler, o mais alto representante do governo equatoriano a visitar Assange na representação diplomática, chegou por volta das 18h30 locais (14h30 de Brasília), acompanhado da embaixadora, Ana Albán.

A chegada de Patiño a Londres despertou esperanças de uma resolução do caso entre os partidários do criador do WikiLeaks, entre eles uma maioria de equatorianos e outros cidadãos latino-americanos.

"Neste país, sendo pioneiro dos direitos humanos, nunca houve semelhante injustiça", declarou Edwin Pazmiño, membro do Movimento Equador no Reino Unido.

"Esperemos que amanhã na reunião com o ministro britânico saia algo positivo e o governo aceite conceder o salvo-conduto a Julian Assange para que viaje ao Ecuador", acrescentou este homem de 43 anos, vestido uma camiseta de futebol do Equador.

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Assange, de 41 anos, mora desde 19 de junho de 2012 em um cômodo mal ventilado de 20 m2 dentro da embaixada situada no andar térreo de um edifício vitoriano, perto da famosa loja de departamentos Harrods, vigiado dia e noite por policiais britânicos que têm ordem de prendê-lo se puser o pé fora do prédio.

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