Escritora Anne Bert morre na Bélgica através de eutanásia

2 out 2017 - 14h29
(atualizado às 14h35)
Em carta aberta, Bert perguntou: "uma pessoa doente e deixá-la morrer de fome e sede é realmente mais respeitoso a vida do que terminá-la através da administração de um produto legal?", questionou.
Em carta aberta, Bert perguntou: "uma pessoa doente e deixá-la morrer de fome e sede é realmente mais respeitoso a vida do que terminá-la através da administração de um produto legal?", questionou.
Foto: Getty Images

Sofrendo de uma doença degenerativa incurável, a escritora francesa Anne Bert, de 59 anos, morreu hoje (2), em um hospital na Bélgica, após optar pela a eutanásia.

Bert sofria de esclerose lateral amiotrófica, mais conhecida como "doença de Charcot", que leva a vítima a uma paralisia muscular. A escritora foi diagnosticada com a doença, que não tem cura, em 2015.

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Desde então, Bert começou uma "luta" para escolher como encerrar com sua vida de forma que não infrigiria a lei. Para isso, ela começou a escrever o livro "O último verão", que conta todo o processo da doença e sua batalha para legalizar a própria eutanásia. O lançamento da obra será na próxima quarta-feira (4).

Consciente de que queria o procedimento, ela já havia declarado que "não estaria presente no dia do seu lançamento". A briga com a legislação francesa - Em 2016, a França autorizou a eutanásia através de uma "sedação profunda e contínua" até a morte, contanto que a pessoa fique adormecida em todo o processo.

No entanto, a eutanásia é aplicada no país somente para pacientes terminais e com a autorização do mesmo. Porém, ela não autoriza o suicídio ou a morte assistida. Para isso, Bert precisou ir para a Bélgica, onde conseguiria realizar o procedimento legalmente.

Em carta aberta, Bert perguntou: "uma pessoa doente e deixá-la morrer de fome e sede é realmente mais respeitoso a vida do que terminá-la através da administração de um produto legal?", questionou. Ainda em uma das passagens do seu livro, ela escreve. "Quero morrer em paz, antes de ser torturada".

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Na Bélgica, a eutanásia ativa para pacientes que sofrem de uma doença incurável foi autorizada em 2002. Mas, ainda hoje, em divesos países, o procedimento ainda é um tabu.

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