Alemanha critica decisão da Turquia de atacar o PKK

27 jul 2015 - 09h23

O governo da Alemanha mostrou nesta segunda-feira novamente seu desacordo com os ataques da Turquia contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) por considera que põem em perigo o processo de paz iniciado entre as partes.

O ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, indicou em comunicado compreender e apoiar a decisão da Turquia dese unir à luta contra o Estado Islâmico (EI) com ataques aéreos após o atentado que matou 21 na Turquia, mas se distanciou dos ataques contra o PKK.

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Steinmeier, em uma linha semelhante a apontada ontem pela chanceler Angela Merkel, afirmou compreender a Turquia atacar "aqueles que são responsáveis pelos terríveis atentados dos últimos dias", mas considerou que as hostilidades contra os curdos "tornarão ainda mais difícil uma situação já complicada".

O chefe da diplomacia alemã se mostrou interessado "que o processo de paz siga adiante", o que transmitiu hoje ao seu colega turco, Mevlüt Çavusoglu, em uma conversa telefônica.

Esta postura, acrescentou em entrevista coletiva a vice-porta-voz do Ministério alemão de Relações Exteriores, Sawsan Chebli, não muda a avaliação de Berlim sobre o PKK, que considera há anos uma organização terrorista proibida em seu território.

A questão, argumentou, é que o governo alemão considera que o "processo de reconciliação é importante" e que é preciso tentar preservá-lo.

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"Está claro que seria bom para o conjunto da região se o processo continuasse adiante e for concluído com sucesso", afirmou Chebli.

Chebli evitou se posicionar sobre a posição do governo alemão em relação ao atentado islamita de semana passada na fronteira da Turquia com a Síria, se poderia ser considerado um ataque contra o conjunto da Otan, o que obrigaria a aliança a responder conjuntamente, como mandam seus estatutos.

"Não é automático", explicou sobre a classificação de um ataque contra um país membro da Otan, e argumentou que se trata de uma decisão política.

"Amanhã há uma reunião da aliança e aí a Turquia terá oportunidade de se posicionar", acrescentou.

  
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