Este míssil hipersônico pode mudar para sempre a guerra moderna

Entre os sistemas militares de ponta da atualidade, o míssil Common-Hypersonic Glide Body (C-HGB) chama atenção de especialistas em segurança e tecnologia. Conheça o míssil das forças armadas dos Estados Unidos.

15 nov 2025 - 07h33

O ambiente de defesa global passou por mudanças significativas nas últimas décadas, impulsionado pelo desenvolvimento de tecnologias de alta precisão e velocidade. Um dos destaques recentes nesse contexto é o avanço dos projéteis hipersônicos. Entre os sistemas de ponta, o míssil Common-Hypersonic Glide Body (C-HGB) chama atenção de especialistas em segurança e tecnologia. A busca por respostas rápidas a ameaças emergentes tornou a inovação do C-HGB uma prioridade estratégica para o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

Diante de novos desafios, a capacidade de se proteger e responder rapidamente tornou-se um elemento fundamental nas políticas militares modernas. Assim, o C-HGB surge nesse cenário como uma resposta direta à demanda crescente por armas capazes de superar os sistemas tradicionais de defesa antimísseis. Desenvolvido em parceria entre o Exército e a Marinha dos EUA, o projeto busca garantir superioridade tecnológica e reforçar a dissuasão diante de adversários equipados com sistemas de bloqueio avançados.

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o C-HGB surge nesse cenário como uma resposta direta à demanda crescente por armas capazes de superar os sistemas tradicionais de defesa antimísseis – Domínio Público/Wikimedia Commons
o C-HGB surge nesse cenário como uma resposta direta à demanda crescente por armas capazes de superar os sistemas tradicionais de defesa antimísseis – Domínio Público/Wikimedia Commons
Foto: Giro 10

O que caracteriza um míssil hipersônico?

Projéteis hipersônicos, como o C-HGB, destacam-se pela habilidade de cruzar longas distâncias a velocidades superiores a Mach 5, o equivalente a cerca de 6.200 km/h. Isso significa que eles viajam pelo menos cinco vezes mais rápido do que o som, tornando sua interceptação significativamente mais complexa. Assim, essa velocidade extrema, acompanhada de rotas de voo imprevisíveis durante a fase de planagem fora da atmosfera, representa um desafio substancial para os sistemas de defesa convencionais.

A acusada imprevisibilidade na trajetória desses mísseis dificulta a identificação e o rastreamento por radares tradicionais. Enquanto projéteis balísticos seguem rotas estáveis e previsíveis, o C-HGB apresenta capacidade de manobra, alterando sua trajetória conforme necessário para evitar interceptações. Portanto, essa habilidade é uma das razões pelas quais armas hipersônicas como esse míssil vêm sendo consideradas "game changers" nos cenários de conflito contemporâneos.

Quais as principais inovações tecnológicas do C-HGB?

O Common-Hypersonic Glide Body agrega diferentes avanços. Em sua essência, trata-se de um veículo de reentrada que, após ser lançado por um foguete propulsor, se separa e desliza em velocidades hipersônicas até atingir seu alvo. Entre as principais características inovadoras do C-HGB, destacam-se:

  • Estrutura modular: O design do míssil permite integração em múltiplas plataformas militares, facilitando o emprego tanto por via terrestre quanto marítima.
  • Materiais avançados: A construção utiliza compostos com alta resistência térmica, capazes de suportar temperaturas elevadíssimas geradas pelos atritos com a atmosfera.
  • Sistemas de navegação sofisticados: Integrado a sensores e sistemas autônomos, o C-HGB executa ajustes de rota em tempo real, maximizando sua precisão mesmo em ambientes de guerra eletrônica.
  • Interoperabilidade das forças armadas: Por conta do design padronizado, diferentes ramos das forças armadas podem empregar o mesmo armamento, agilizando logística e manutenção.

Com esses elementos inovadores, o C-HGB atua não apenas como um novo armamento, mas como uma plataforma que pode ser adaptada para diferentes contextos operacionais e integrada a novas gerações de sistemas ofensivos estadunidenses.

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Como o C-HGB se destaca em relação a outros sistemas de defesa?

A principal diferença do C-HGB diante de armamentos tradicionais fica evidente em sua capacidade de penetração e atuação em ambientes com defesa potente. Com rotas imprevisíveis e grande velocidade, esse sistema contorna as barreiras impostas por escudos antimísseis convencionais. Além disso, a possibilidade de lançamento tanto de terra quanto do mar permite o emprego em múltiplos cenários estratégicos, ampliando o leque de alternativas operacionais dos Estados Unidos.

Mísseis convencionais, mesmo os balísticos intercontinentais, tendem a seguir trajetórias que podem ser monitoradas e antecipadas por sistemas de defesa. No entanto, a tecnologia hipersônica aplicada ao C-HGB permite ajustes de curso em voo, explorando vulnerabilidades nos sistemas de rastreamento adversários. Isso coloca pressão adicional sobre eventuais inimigos, que precisam investir em novas soluções para lidar com essas ameaças rapidíssimas.

A principal diferença do C-HGB diante de armamentos tradicionais fica evidente em sua capacidade de penetração e atuação em ambientes com defesa potente – Domínio Público/Wikimedia Commons
Foto: Giro 10

Quais os impactos estratégicos do desenvolvimento do C-HGB?

O desenvolvimento do Common-Hypersonic Glide Body representa uma mudança no equilíbrio das capacidades militares globais. A busca por armas hipersônicas reflete um movimento de corrida armamentista entre as principais potências, com implicações tanto para a segurança internacional quanto para acordos de controle de armas. Os Estados Unidos, ao priorizar o C-HGB, sinalizam o compromisso em manter a margem de superioridade tecnológica, além de reforçar a mensagem de prontidão estratégica contra possíveis adversários.

Essa inovação é acompanhada por debates públicos e preocupações constantes sobre ética, segurança internacional e os rumos da política militar contemporânea. Em meio a tantas transformações, o C-HGB evidencia o papel central da tecnologia na redefinição dos limites dos confrontos e das estratégias de proteção nacional. O futuro dos conflitos, ao que tudo indica, estará cada vez mais marcado pelo uso de sistemas velozes, precisos e capazes de escapar dos radares tradicionais, consolidando o míssil hipersônico como símbolo dessa nova era.

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