Um soldado americano acusado de matar 16 civis afegãos em dois massacres no ano passado aceitou um acordo com a promotoria para evitar a pena de morte, disse um dos seus advogados na quarta-feira.
Robert Bales, militar condecorado após quatro passagens pelo Iraque e o Afeganistão, é acusado de abater moradores de aldeias, principalmente mulheres e crianças, em ataques às suas residências em março de 2012 na província de Kandahar (sul).
A advogada Emma Scanlan disse por email que ele vai aceitar as acusações de homicídio premeditado e se submeterá a partir de agosto a um júri militar que determinará se cabe a possibilidade de sursis na sua sentença de prisão perpétua.
Promotores militares dizem que Bale agiu sozinho e com aterrorizante premeditação quando, armado com uma pistola, um rifle e um lançador de granadas, fez duas saídas noturnas da sua base, voltando no meio do massacre para dizer a um colega: "Acabo de atirar em algumas pessoas".
Esses foram os piores massacres de civis cometidos por soldados insubordinados dos EUA desde a Guerra do Vietnã, e esses incidentes abalaram ainda mais as relações entre Washington e Cabul, após mais de uma década de conflito no Afeganistão.
Advogados de Bale vinham alegando que antes mesmo de ser mandado para o Afeganistão ele estava sofrendo de transtorno do estresse pós-traumático e de lesão cerebral. O acordo ainda precisará ser formalmente aceito pelo juiz do caso e pelo general que comanda a base militar de Lewis-McChord, no noroeste dos EUA, onde o processo transcorre.