Chanceler de Cuba denuncia na ONU bloqueio dos EUA a seu país

1 out 2012 - 15h47
(atualizado às 15h57)

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, denunciou nesta segunda-feira na Assemblea Geral da ONU a política dos Estados Unidos contra seu país, tanto pelo bloqueio econômico como por sua decisão de incluir a ilha na lista de Estados patrocinadores do terrorismo.

Em um discurso na sede das Nações Unidas, em Nova York, Rodríguez acusou também os Estados Unidos e alguns países da Europa de terem como objetivo derrubar o governo sírio, e defendeu a autodeterminação e a soberania de Damasco.

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O chanceler cubano dedicou boa parte de sua mensagem para denunciar políticas dos Estados Unidos contra seu país e relacionou a inclusão de Cuba na lista americana de Estados patrocinadores do terrorismo internacional a uma forma de justificar o bloqueio econômico à ilha.

"O verdadeiro propósito de manter Cuba nesta lista espúria é fabricar pretextos para endurecer a perseguição as nossas transações financeiras e justificar a política de bloqueio, que provocou inestimáveis danos humanos e econômicos de um bilhão de dólares, ao valor atual do ouro", ressaltou.

"É sabido que o governo americano utilizou o terrorismo de Estado como uma arma de sua política contra Cuba, que provocou 3.478 mortes e 2.099 incapacitados entre nossos compatriotas, enquanto abrigou dezenas de terroristas, alguns dos quais ainda hoje vivem livremente nesse país", acrescentou.

Apesar das denúncias, Rodríguez voltou a estender a mão aos Estados Unidos "às vésperas de suas eleições" presidenciais de novembro, propondo uma "normalização das relações por meio do diálogo, em pé de igualdade".

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O ministro afirmou que a política de Washington em relação à América Latina "é em essência a mesma" com governos democratas ou republicanos, e assegurou que as promessas do atual presidente Barack Obama ao assumir em 2009 "não foram cumpridas", referindo-se a uma flexibilização das medidas contra Cuba.

Rodríguez destacou o apoio recebido por parte dos países de América Latina e Caribe na última Cúpula das Américas de Cartagena, em abril, da qual Cuba não participou por exigência dos Estados Unidos.

Ao falar da guerra civil na Síria, o chanceler cubano denunciou uma tentativa das potências ocidentais de "derrubar" o gobverno do presidente Bashar al-Assad armando os grupos opositores e recorrendo a mercenários."O governo dos Estados Unidos e alguns da Europa decidiram derrubar o governo sírio, e, para isso, armaram, financiaram e treinaram os grupos opositores, incluindo o uso de mercenários", afirmou.

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