Ataques dos EUA atingem área de treino de rebeldes na Síria

Segundo Observatório Sírio para os Direitos Humanos, mais de 50 militantes morreram nesses bombardeios

23 set 2014 - 08h09
(atualizado às 08h10)
<p>Sírios colocam restos de objetos atingidos durante ataques dos Estados Unidos nesta terça-feira</p>
Sírios colocam restos de objetos atingidos durante ataques dos Estados Unidos nesta terça-feira
Foto: RMC/STR / AFP

Os Estados Unidos, com o apoio de seus aliados árabes, atingiram alvos do grupo Estados islâmico, incluindo campos de treinamento, bases e suprimentos de armas no norte e no leste da Síria em dezenas de ataques aéreos e com mísseis nesta terça-feira, disseram militares norte-americanos e um grupo de monitoramento do conflito.

"Os EUA lançaram oito ataques contra o grupo Khorasan ao oeste de Aleppo em campos de treinamento, depósitos de explosivos e instalações de controle e comunicações", explicou o Comando Central americano em um comunicado.

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A operação foi exclusiva das forças dos EUA, enquanto os ataques aéreos contra o EI contam com a participação das "nações aliadas" do Bahrein, Jordânia, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes, confirmou o Pentágono na nota.

Os ataques dos EUA também tiveram como alvo o grupo Frente Nusra, filiado à Al-Qaeda, no norte da Síria. Segundo o grupo de monitoramento Observatório Sírio para os Direitos Humanos, mais de 50 militantes morreram nesses bombardeios.

O Exército dos EUA afirmou em um comunicado que "alvos múltiplos (do Estado Islâmico) foram destruídos ou danificados" em torno das cidades de Raqqa, Deir al-Zor, Hasakah e da localidade fronteiriça de Albu Kamal."

Com o início dos ataques na Síria, já estão em andamento todas as operações da ofensiva contra o EI anunciadas por Obama em um discurso à nação realizado em 10 de setembro.

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"Os ataques danificaram vários alvos dos jihadistas nas proximidades de Al Raqqah (principal reduto do EI), Deir ez Zor, Al Hasaka e Albu Kamal", afirmou o Comando Central americano.

Oposição na Síria comemora

A oposição manifestou apoio aos bombardeios. "Esta noite, a comunidade internacional se uniu à nossa luta contra o Estado Islâmico no Iraque e Levante na Síria", afirmou o presidente da Coalizão Nacional Síria (CNS), Hadi al Bahra, que usou o nome anterior do grupo.

Os bombardeios aconteceram no momento em que o EI está em uma ofensiva para tentar controlar a cidade estratégica de Ain al-Arab (Kobaneh, em kurdo), na região curda da Síria.

Nos últimos dias, o Estado Islâmico assumiu o controle de 60 localidades da região de Kobaneh, o que provocou a fuga de mais de 130.000 curdos sírios para a Turquia.

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Na outra frente do conflito sírio, o exército israelense anunciou que derrubou nesta terça-feira um avião sírio, ao que parece um MIG-21, que havia se aproximado da linha de demarcação nas colinas de Golã.

Os destroços do aeronave caíram na parte síria de Golã.

O ministro da Defesa de Israel, Moshe Yaalon, afirmou que o país pretende reagir com força contra qualquer ameaça.

O ataque às posições do EI na Síria representa uma nova fase da guerra dos Estados Unidos contra a organização, que teve início em 8 de agosto, data dos primeiros bombardeios no Iraque.

A decisão de atacar em território sírio foi tomada pelo diretor do Comando Central dos Estados Unidos, general Lloyd Austin, após uma autorização condedida pelo comandante-em-chefe, o presidente Barack Obama, destacou Kirby.

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Na segunda-feira, o EI divulgou um apelo aos muçulmanos no qual pedia a morte de cidadãos dos países que integram a coalizão internacional contra a jihad, em particular Estados Unidos e França.

Um grupo jihadista argelino vinculado ao EI reivindicou o sequestro de um francês na Argélia e ameaçou matar refém, caso a França continue participando nos ataques no Iraque.

O primeiro-ministro francês Manuel Valls afirmou que o governo não terá nenhuma discussão ou negociação com os sequestradores.

Com informações da Reuters, AFP e EFE.

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Fonte: Terra
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