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Empresas britânicas apoiam proposta de May para Brexit, mas se preparam para o pior

16 nov 2018 - 17h15

As empresas do Reino Unido se alinharam para ajudar a primeira-ministra Theresa May a vender sua proposta de acordo para o Brexit, mas continuaram se planejando para uma saída britânica da União Europeia sem um acordo, enquanto a premiê luta para sobreviver politicamente nesta sexta-feira.

A primeira-ministra britânica Theresa May durante coletiva de imprensa em Londres, no Reino Unido
15/11/2018
Matt Dunham/Pool via Reuters
A primeira-ministra britânica Theresa May durante coletiva de imprensa em Londres, no Reino Unido 15/11/2018 Matt Dunham/Pool via Reuters
Foto: Matt Dunham/Pool / via Reuters

"Este acordo é apenas um esboço", disse Warren East, presidente-executivo da Rolls Royce, à rádio BBC. "Vamos continuar com nossos planos de contingência e isso inclui estoques reguladores para que tenhamos toda a capacidade logística que precisamos para continuar nossos negócios."

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O maior grupo aeroespacial da Europe, a Airbus, está trabalhando com o pressuposto de que não haverá um acordo para o Brexit, segundo um memorando da equipe visto pela Reuters.

"Para as equipes que estão trabalhando na preparação do Brexit, precisamos nos manter focados e continuar trabalhando a todo vapor, a partir de uma base sem nenhum acordo", afirmou.

Fabricantes como a Rolls-Royce e a Airbus temem novas tarifas alfandegárias e burocracia que entrariam em vigor sem o acordo Brexit até 29 de março, que acabariam com a entrega na hora certa de milhares de peças das quais dependem.

A Airbus emprega 14.000 pessoas no Reino Unido, onde constrói a maioria das asas para seus jatos.

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A porta-voz de May ressaltou o "forte apoio da comunidade empresarial", enquanto seu escritório divulgava declarações de grandes empresas, incluindo a Diageo , a Bolsa de Valores de Londres e Royal Mail.

Mas a influência deles pareceu limitada, enquanto parlamentares reuniam assinaturas para um voto de confiança que poderia desencadear uma disputa pela liderança do parlamento, após a renúncia de ministros importantes em protesto contra a minuta do acordo.

A casa de apostas William Hill suspendeu as apostas em qual ano May deixaria o cargo e estreitou suas chances em um segundo referendo Brexit para 6/4.

Os oponentes do acordo com a União Europeia, que ainda precisa ser aprovado pelo parlamento britânico, dizem que é o pior dos dois mundos, deixando o bloco com muito poder sobre o Reino Unido, ao mesmo tempo em que retira sua voz ao estabelecer as regras.

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A turbulência política está turvando os mercados, levando a libra esterlina a registrar seu pior dia desde 2016 na quinta-feira, embora tenha se estabilizado na sexta-feira, com May se mantendo no poder.

Um executivo-chefe de uma empresa de serviços que emprega dezenas de milhares comparou o Brexit a uma grande transformação de negócios que exige uma visão estratégica de longo prazo e um reconhecimento de que os primeiros anos serão difíceis antes de melhorar.

"Políticos de todos os lados pensam taticamente e a curto prazo. Não há visão estratégica, e os negócios estão observando e pensando: 'Oh meu Deus, onde está o plano?', disse ele à Reuters, sob condição de anonimato."

"Neste momento, é uma bagunça na execução e não acho que os políticos estejam preparados para nos fazer passar por isso."

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