Um tribunal de Mansoura, no Egito, rejeitou neste sábado (15) um pedido pela libertação de Patrick George Zaky, estudante da Universidade de Bolonha, na Itália, que está preso no país africano há quase 10 dias.
A audiência durou apenas 10 minutos. Ao chegar ao tribunal, Zaky disse brevemente aos jornalistas que estava "bem". Já sua advogada Hoda Nasrallah ressaltou que o estudante egípcio de 27 anos está "fisicamente bem, mas assustado".
Zaky foi preso no dia 8 de fevereiro, após voltar da Itália para o Egito, sob a acusação de "propaganda subversiva". O estudante pretendia passar férias em sua cidade natal, Mansoura, e também é pesquisador da Egyptian Initiative for Personal Rights (EIPR), organização egípcia de defesa dos direitos humanos.
Segundo a entidade, Zaky foi acusado de publicar "notícias falsas" para "perturbar a paz social" e de ter "incitado protestos contra as autoridades públicas". A EIPR diz ainda que o estudante foi interrogado sobre seu trabalho de ativista, ameaçado e torturado.
O caso ganhou bastante destaque na Itália também por remeter à morte de Giulio Regeni, pesquisador italiano sequestrado, torturado e assassinado no Cairo em janeiro de 2016. Regeni frequentava sindicatos clandestinos e contrários ao regime do presidente Abdel Fattah al-Sisi, o que levantou a hipótese de crime político.
A principal suspeita é de que o pesquisador tenha sido morto pelos serviços secretos egípcios.