O governo sírio excluiu uma província dominada por oposicionistas de uma campanha de vacinação contra a poliomielite em 2012, justamente a região onde a doença estourou neste ano. O argumento do regime sírio foi de que a maior parte dos moradores havia fugido, apesar da presença de centenas de milhares de residentes, de acordo com investigação da agência Reuters.
Especialistas em saúde pública afirmam que a exclusão da província da campanha contribuiu para o ressurgimento da poliomielite na região. A pólio, uma doença infecciosa e incurável, e que pode causar paralisia em uma criança, foi erradicada na maior parte do mundo.
Em novembro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que foram registrados 13 casos na província. Outros dois já foram descobertos desde então, no primeiro caso de surto desde 1999 no país, devastado pela guerra civil há mais de dois anos.
No dia 6 de dezembro de 2012, um comunicado da OMS afirmara que, em conjunto com o Ministério da Saúde sírio e com o fundo para crianças da ONU, havia lançado uma campanha para vacinar “todas as crianças menores de cinco anos contra a poliomielite”, envolvendo 4 mil funcionários e voluntários.
A campanha cobriria cerca de 2,5 milhões de crianças em 13 das 14 províncias do país, com exceção de Deir al-Zor, onde a “maioria dos seus moradores haviam de mudado para outras áreas do país”.
A Reuters não conseguiu uma resposta do governo sírio para comentar a exclusão da província, cuja população contava com aproximadamente 1,2 milhão de pessoas, sendo mais de 600 mil menores de 15 anos, segundo dados da OMS. Em dezembro daquele ano, forças rebeldes já haviam conquistado outros territórios no país.
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