Cardeal diz que ossos não têm conexão com jovem desaparecida

Emanuela Orlandi sumiu em 1983, quando tinha 15 anos de idade

8 nov 2018 - 19h25
(atualizado às 19h40)

O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, disse nesta quarta-feira (7) que os ossos encontrados no prédio da nunciatura apostólica - espécie de embaixada da Igreja Católica - em Roma não têm conexão com o caso de Emanuela Orlandi, jovem desaparecida há 35 anos. "Não sei quem conectou esse caso com o de Orlandi. Da Santa Sé nenhuma conexão foi feita ao caso de Emanuela", disse o cardeal a jornalistas.

Cardeal diz que ossos não têm conexão com jovem desaparecida
Cardeal diz que ossos não têm conexão com jovem desaparecida
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

    Segundo ele, as investigações estão sendo feitas com maior abertura e maior transparência possível para não haver queixas de que a Santa Sé manteve algo oculto. Questionado sobre a existência de um dossiê sobre o caso, Parolin disse que a Igreja Católica tem "feito tudo para averiguar a verdade".

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    "Da nossa parte, há a disposição para ajudar a resolver este caso", principalmente porque causa "muita dor para a família, especialmente para a mãe", acrescentou o Secretário de Estado do Vaticano.

    "Eu entendo o que significa não saber o que aconteceu com o filha, se ela está viva ou morta, e se ela morreu onde foi enterrada", acrescentou. Parolin ainda afirmou que é preciso aguardar o fim das investigações antes de fazer qualquer outra declaração. "Você tem que saber o que é: se eles são ossos de 200 anos atrás, é uma coisa, se eles são ossos de poucos anos atrás, é outro", finalizou. Desaparecimentos - A Procuradoria de Roma apura se a ossada pertence às jovens Emanuela Orlandi e Mirella Gregori, que desapareceram em 1983, quando tinham 15 anos de idade, a poucas semanas de distância uma da outra.

    Gregori sumiu após dizer para sua mãe que tinha um encontro com um colega de escola, que, por sua vez, estava em outro compromisso. Já Orlandi, filha de um funcionário do Vaticano, desapareceu enquanto voltava para casa. Até hoje não foi encontrada nenhuma prova de que os dois casos estejam interligados.

    Essa não é a primeira vez que a polícia italiana apura a relação entre ossadas e os desaparecimentos de Orlandi e Gregori. Em 2012, investigadores encontraram cerca de 400 caixas com ossos na igreja de Santo Apolinário, em Roma, onde estava sepultado o mafioso Renatino De Pedis, suspeito de envolvimento no sumiço de Orlandi. Os exames, contudo, não encontraram ligação com as jovens. Investigações- Segundo os investigadores, os ossos encontrados sob o piso de um anexo da Nunciatura pertencem a duas pessoas diferentes.

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    Os últimos exames realizados nos restos mortais nos laboratórios da Polícia Científica da Itália analisaram cerca de 70 fragmentos, incluindo partes de uma bacia e uma vértebra.

    As primeiras informações alegam que alguns dos ossos têm um envelhecimento maior do que os outros. Além disso, os especialistas afirmaram que estes fragmentos pertencem à mesma "região" do corpo da nova ossada encontrada - um crânio e uma mandíbula. A nova inspeção foi realizada após a constatação de que a ossada achada uma semana atrás estava sem algumas partes, como os membros inferiores.

    Um primeiro exame de fragmentos da bacia indica que a ossada pode ser de uma mulher, mas os investigadores ainda não confirmaram a hipótese nem a idade do esqueleto.

  
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